*Lavonério Francisco de Lima
Quando os passos dos cavalos, burros e jumentos, carregando homens, mulheres e crianças, e seus pertences, sacudiram o chão do Piauí, numa grande aventura por trilhas incertas, travou-se um combate genocida pela aquisição das terras piauiense.
O grito do vaqueiro tangendo à boiada, e o ranger dos dentes, daqueles que com ousadia e sofrimento, entre veredas da caatinga, abriram caminhos com a foice e o machado, serão sempre ouvidos no correr dos séculos.
A saga das lutas e conquistas pela província foram travadas com sangue, suor e lágrimas, mas também com esperanças e alegrias no toque da sanfona, numa guerra que teve derrotas e vitórias, realizada com ódio e vingança e extermínio dos povos conquistados.
Nos sertões, quando o sol secava e o vento fazia bailar o couro de boi, milhares de índios das etnias Tremembés, Gueguês, Pimenteiras, Corerás, Coarás, Acoroás, Aruazes, Acumês, Cupinharós, Tapecuás e os Putis, entre outros... Após duras pelejas e resistências com bravura, foram massacrados e tombaram aos pés do colonizador português. Um dos grandes símbolos dessa prática de genocídio cruel foi o capitão João do Rego Castelo Branco, pois, corria em suas veias o sangue assassino.
O líder indígena Manu-Ladino, educado pelos padres jesuítas, com inteligência e coragem, combateu os usurpadores de terras, sua memória heróica, viverá para sempre na história. Nos aldeamentos a mestiçagem predominou, entre o branco colonizador e índias, e é de se supor que, além do sangue europeu, dos povos africanos, a herança do DNA dos nativos, corra no sangue dos piauienses contemporâneos de forma intensa.
O baú da história, da conquista do povoado Nossa Senhora da Vitória do Piauí, durante séculos, foi guardado numa imensa escuridão, no porão das casas grandes das oligarquias e os fatos históricos distorcidos pelos mais nobres de nascimento, numa época em que, a profissão de domador de cavalos, era sinônimo de prestígio social na província.
Ao longo do tempo, o destino político estadual, foi definido nas fazendas de gado, nas varandas das casas grandes, entre um gole de cachaça do engenho, o açoite e o afago dos coronéis, no lombo do boi.
Diversas famílias tradicionais conquistaram o poder político e econômico, ascenderam e declinaram. Como um grande beiju, fatiaram em pedaços o Estado e para o povo, deram somente migalhas.
Um fato histórico que deve orgulhar a todos os piauienses foi à epopéia da batalha do Jenipapo, na cidade de Campo Maior, em que vaqueiros e pessoas simples do campo, sem temer à morte, destemidos enfrentaram tropas portuguesas, em prol da liberdade do Piauí e do Brasil, tornaram-se heróis anônimos.
Os ecos dos sussurros dos antepassados permanecem latentes na memória coletiva da população, que jamais, deverá esquecer à sua formação política, histórica, social, cultural e econômica.
*Lavonério Francisco de Lima é Sociólogo e Escritor
lavonerio@hotmail.com
Quando os passos dos cavalos, burros e jumentos, carregando homens, mulheres e crianças, e seus pertences, sacudiram o chão do Piauí, numa grande aventura por trilhas incertas, travou-se um combate genocida pela aquisição das terras piauiense.
O grito do vaqueiro tangendo à boiada, e o ranger dos dentes, daqueles que com ousadia e sofrimento, entre veredas da caatinga, abriram caminhos com a foice e o machado, serão sempre ouvidos no correr dos séculos.
A saga das lutas e conquistas pela província foram travadas com sangue, suor e lágrimas, mas também com esperanças e alegrias no toque da sanfona, numa guerra que teve derrotas e vitórias, realizada com ódio e vingança e extermínio dos povos conquistados.
Nos sertões, quando o sol secava e o vento fazia bailar o couro de boi, milhares de índios das etnias Tremembés, Gueguês, Pimenteiras, Corerás, Coarás, Acoroás, Aruazes, Acumês, Cupinharós, Tapecuás e os Putis, entre outros... Após duras pelejas e resistências com bravura, foram massacrados e tombaram aos pés do colonizador português. Um dos grandes símbolos dessa prática de genocídio cruel foi o capitão João do Rego Castelo Branco, pois, corria em suas veias o sangue assassino.
O líder indígena Manu-Ladino, educado pelos padres jesuítas, com inteligência e coragem, combateu os usurpadores de terras, sua memória heróica, viverá para sempre na história. Nos aldeamentos a mestiçagem predominou, entre o branco colonizador e índias, e é de se supor que, além do sangue europeu, dos povos africanos, a herança do DNA dos nativos, corra no sangue dos piauienses contemporâneos de forma intensa.
O baú da história, da conquista do povoado Nossa Senhora da Vitória do Piauí, durante séculos, foi guardado numa imensa escuridão, no porão das casas grandes das oligarquias e os fatos históricos distorcidos pelos mais nobres de nascimento, numa época em que, a profissão de domador de cavalos, era sinônimo de prestígio social na província.
Ao longo do tempo, o destino político estadual, foi definido nas fazendas de gado, nas varandas das casas grandes, entre um gole de cachaça do engenho, o açoite e o afago dos coronéis, no lombo do boi.
Diversas famílias tradicionais conquistaram o poder político e econômico, ascenderam e declinaram. Como um grande beiju, fatiaram em pedaços o Estado e para o povo, deram somente migalhas.
Um fato histórico que deve orgulhar a todos os piauienses foi à epopéia da batalha do Jenipapo, na cidade de Campo Maior, em que vaqueiros e pessoas simples do campo, sem temer à morte, destemidos enfrentaram tropas portuguesas, em prol da liberdade do Piauí e do Brasil, tornaram-se heróis anônimos.
Os ecos dos sussurros dos antepassados permanecem latentes na memória coletiva da população, que jamais, deverá esquecer à sua formação política, histórica, social, cultural e econômica.
*Lavonério Francisco de Lima é Sociólogo e Escritor
lavonerio@hotmail.com
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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