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*João Vicente Claudino

Imagem: Divulgação / GP1Clique para ampliarSenador João Vicente Claudino (Imagem:Divulgação / GP1)Senador João Vicente Claudino
Neste dia 19 de outubro o Piauí completa 189 anos de independência. Depois de passar pelos sistemas de doações e sesmarias e com a criação em 1758 da Capitania de São José do Piauí, que teve como primeiro governador João Pereira Caldas, foi proclamada, em 19 de outubro de 1822, por Simplício Dias da Silva, João Cândido de Deus e Silva, Domingos Dias, entre outros, a independência do Piauí, apesar do Piauí ficar sob domínio português até 24 de janeiro de 1823, quando o brigadeiro Manoel de Sousa Martins declarou a sua independência, em Oeiras. Entretanto, em 13 de março de 1823, travou-se, à margem do Rio Jenipapo em Campo Maior, a sangrenta Batalha do Jenipapo entre brasileiros e portugueses pela independência nacional, onde piauienses e voluntários cearenses marcaram gloriosamente a história do Brasil.

Naquele período, chamava atenção no Piauí as suas extensões de terras produtivas ao longo dos afluentes dos seus rios onde predominavam o cultivo da lavoura, a criação do gado e o extrativismo. A sociedade piauiense caracterizou-se dentro de uma relação aristocrática e militarizada, em que esses estratos sociais, na sua maioria, eram donos das posses de terras. A formação social piauiense se deu com elementos vindos de outras regiões, notadamente do Ceará, Maranhão e Pernambuco, que, aliado ao regime escravagista, se transformou num caldeamento étnico-cultural que representa na atualidade a identidade piauiense, ou seja, os seus valores da piauiensidade.

Compartilho com todos os piauienses nessa sua trajetória histórica de lutas, sonhos, esperanças, obstáculos e glórias. Estou nesta amada terra desde os quatro anos de idade, quando a minha família aqui se aportou em 11 de janeiro de 1968. Foi uma escolha de toda a família. Foi uma visão de identidade com o povo do Estado do Piauí, acreditando sempre nas suas potencialidades humanas e naturais, além da peculiar hospitalidade dessa gente acolhedora. Foi isso que me fez entrar na política, com o fiel objetivo de, neste campo, elevar a defesa do Estado, enaltecer o potencial do Piauí e de querer atuar nessa área como uma ação propulsora do desenvolvimento do Estado tendo em vista também contribuir para mudar a imagem do Piauí no cenário brasileiro.

Mas é preciso que se faça um planejamento objetivo para alavancar o Estado. Pois apresentamos condições inigualáveis de potencialidades, com terras agricultáveis, a exemplo dos Cerrados; possui grande manancial de reservatório de água, com rios e lençol freático; a capacidade e vontade do povo de querer com o seu trabalho transformar o Estado; o potencial mineral existente; o entroncamento que possibilita que seja importante centro distribuidor comercial; mas o Estado ainda não resolveu gargalos importantes: como o porto, universalizar a energia, problemas de infraestrutura logística de transportes, para que os empreendimentos econômicos e sociais façam os seus transcursos normais na consolidação do crescimento e desenvolvimento do Estado.

Urge, pois, que o Piauí promova uma ação efetiva de Estado, um plano que enfrente os problemas no sentido de criar uma estrutura econômica para que esses potenciais sejam verdadeiramente transformados, aproveitados. Mas tudo começa com uma gestão eficiente de Estado. O Piauí, no atual contexto, é o único Estado do Nordeste que não teve grande investimento federal. O último investimento de peso foi na barragem de Boa Esperança, ainda na década de 1960. Não tivemos investimentos em siderurgia, refinaria, porto. Também nunca apresentamos um projeto de relevo estrutural ao governo federal. O Estado tem que definir uma forma muita clara de investimentos. Sempre lidamos com a escassez de recursos públicos. Mas o fato é que devemos criar uma visão empresarial de investimentos que possa multiplicar os recursos destinados para o Piauí para ampliar a sua capacidade produtiva para se construir uma nova realidade no Estado. Não podemos mais deixar que o tempo seja o único provedor do nosso destino. É preciso que tenhamos uma visão nítida dos nossos problemas e que ajamos dentro dela para resolvê-los. É claro que o Piauí pode muito mais!

*João Vicente Claudino Senador do Piauí (PTB)

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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