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*Deusval Lacerda de Moraes

Os estados modernos passaram por verdadeiras transformações no seu aprimoramento democrático-institucional para atingir elevado estágio de progresso econômico-social que alcançaram por via da politização das suas sociedades. Tais avanços repercutem sobremaneira nas suas organizações políticas que se transformaram nas vigas mestras do progresso que se consubstanciaram em nacionalidades que buscam incessantemente o estado democrático de direito, o ordenamento jurídico avançado, a distribuição da justiça de forma justa e a distribuição equitativa da renda, valores consentâneos com as sociedades contemporâneas.

Esses postulados estão em voga na organização sócio-político-institucional brasileira hodierna que passa por significativo processo de transformação econômica, social, política, jurídica e, necessariamente, moral, apesar de alguns segmentos ainda conviverem com os vícios do passado, por não ajustarem-se à complexidade da sociedade competitiva em que são valorizados o conhecimento, o mérito e a honradez das pessoas como alavanca para conquistarem espaço na sociedade.

Ocorre que no Brasil, pela sua dimensão continental, em que existem disparidades regionais com diferenças econômicas, sociais, culturais, étnicas etc., algumas políticas públicas conjunturais e estruturais chegam mais rápidas em algumas partes do País do que em outras, fato que dificulta as suas adaptações e incorporações em todo território nacional. Entretanto, não podemos desprezar as mudanças que surgem no seio da cultura ocidental visando o aperfeiçoamento das instituições no sentido de galgarmos o bem-estar geral da sociedade.

No contexto da morosidade na efetivação das mudanças, insere-se naturalmente o Piauí. Aqui, paradoxalmente, as coisas acontecem tardiamente, desmotivadamente, por obra e culpa de parcela da nossa classe política e de setores que ocupam o poder de mando sendo totalmente arredios às boas novas governativas, legais, culturais, sócio-econômicas e institucionais cridas para elevarem as atividades públicas, e que contrariamente perpetuam as anomalias político-institucionais que garantem a participação familiar nos negócios públicos e os conseqüentes desvios de condutas que normalmente imperam no nosso meio, e que, assim, apenas denunciam o nosso comprometimento com o atraso.

A via democrática, como forma de governo para a depuração da classe política e da implantação de governos comprometidos essencialmente com o progresso geral, ainda não funcionou no Piauí. Mas dela não podemos fugir, sob pena da consolidação apenas das mazelas governamentais. Apesar de elegermos governantes que prometem agir diferente, ou seja, respeitar as regras do jogo democrático e das práticas edificantes da Administração Pública, o que vemos, na verdade, são políticos forjados pela incompetência administrativa, malversação das verbas públicas e que se apresentam pomposamente nas campanhas eleitorais como fruto apenas do enriquecimento ilícito.

Assim, no próximo ano a sociedade piauiense tem renovada motivação para escolher aqueles políticos comprometidos realmente com a mudança. Mudança esta tantas vezes perseguida pela nossa população. Não obstante, o mais importante é que sejam escolhidos os governantes que defendam a bandeira das forças trabalhadoras e produtivas do Estado, ou melhor, que carreguem a plataforma do trabalhismo, do trabalhadorismo, e que tenham experiência na área do empreendedorismo, senão mais uma vez alimentaremos uma esperança que os beneficiários desse respaldo popular não serão capazes de ajustá-la na prática, desperdiçando, dessa maneira, mais uma oportunidade para que as coisas realmente aconteçam no Estado do Piauí.


*Deusval Lacerda de Moraes
Pós-Graduado em Direito



*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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