Fechar
Blog Opinião
GP1

*Arthur Teixeira Junior

Agricolândia teve mais uma inauguração nesta quarta feira: inauguraram a bomba d’água do poço da horta comunitária. É a quinta (ou sexta) inauguração da mesma obra. O interessante é que ela ainda não serve para nada...

A horta comunitária da cidade é irrigada com água da Agespisa. Ocorre que a água mais vaza pela combalida tubulação do que serve para irrigação. A conta, logicamente, há muito tempo não é paga (cerca de R$ 5.000,00/mês), e a dívida acumula-se na Prefeitura para a próxima gestão.

Entretanto, no ano passado houve festa quando o caminhão perfurador chegou para o início da abertura do poço. Terminada a perfuração, nova “inauguração”. Instalaram a bomba d’água, outra festa. Então a obra ficou parada por mais de ano, e a energia elétrica da bomba foi desligada para evitar acidentes. Mês passado, instalaram a caixa d’água: festa de “inauguração”. Ontem religaram a energia elétrica da bomba com direito a jatos de água para o povão. Adivinha: nova “inauguração”.

Ocorre que nada funciona, pois não há tubulação interligando bomba-caixa-canteiros. E a água da Agespisa continua vazando, as contas acumulando-se.

Inaugurar diversas vezes a mesma obra, ou inaugurá-la sem estar terminada, é típico de governos populistas (Maluf era mestre disso em São Paulo), servindo para desviar a atenção da população dos problemas que realmente interessam. É a política do “pão e circo”.
Agricolândia é um cemitério de obras inacabadas: o terminal rodoviário, o mercado novo, o conjunto de 30 casas ainda sem nome, a creche do Novo Horizonte, o conjunto de irrigação da horta comunitária, dentre tantas outras. A isto somam-se inúmeros prédios públicos abandonados, corroídos pelo tempo. E dá-lhe festas. Façam-se inaugurações.

Os órgãos fiscalizadores (TCE, TCU, Ministério Público) demorarão anos e anos para responsabilizar os maus gestores. Até lá, o dinheiro já sumiu, repassado aos “laranjas” e em contas inacessíveis. É a certeza da impunidade que os leva a inaugurar o “nada”. Gestores já falecidos (ou próximos ainda do fato) ainda possuem processos tramitando na Justiça sem sentença definitiva.

Os órgãos já citados, juntamente com a Justiça, devem, com urgência, implantarem mecanismos eficientes e rápidos para punirem os larápios que inundam nossa política (principalmente no interior), visando recuperarem o dinheiro público desviado ou mal empregado enquanto ele ainda está no Brasil.

*Arthur Teixeira Junior é articulista escreve para o GP1

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

Mais conteúdo sobre:

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.