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Júlio César Cardoso *

Imagem: GP1Júlio César Cardoso(Imagem:GP1)Júlio César Cardoso

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) chora na tribuna ao ler carta aberta escrita pela filha do ex-presidente do PT José Genoino, que fala da trajetória política pai.

Os políticos e governo do PT deveriam chorar pela multidão de brasileiros, sem eira nem beira, que continua sendo tratada como cidadãos de segunda categoria nas portas dos hospitais da rede pública de saúde, enquanto o senador desfruta de plano de saúde gratuito do Senado, sem nenhuma contribuição monetária, mas acha tudo isso legal e não move um dedo para repreender essa pouca vergonha. Entretanto, o senador não sai em defesa, no Senado, dessa gente descamisada, que morre nas filas dos hospitais públicos, mas sabe tomar as dores da filha do Genoino. Muita hipocrisia.

É até compreensível que uma filha saia em extremada defesa do pai. Só não é compreensível que um senador da República tome partido para flagrantemente da tribuna do Senado - porque o Senado é lugar apenas para tratar dos superiores interesses na da nação, da sociedade e não de outras coisas - vir fazer apologia à vida do senhor José Genoino como reproche à decisão constitucional da maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal que condenou Genoino e outros malfeitores. Lembre-se, senador, de que o STF é um órgão independente, mesmo que contrarie os interesses subjacentes daqueles que talvez preferissem que o STF funcionasse dentro do espírito bolchevique de submissão aos comandantes do poder.

É inadmissível que esse senador veja no gesto do STF algum ranço de vingança. Afinal, oito dos onze ministros foram colocados lá pelo PT. E a sua maioria expressiva votou pela condenação de Genoino e de outros acusados porque havia provas suficientes para isso. É preciso que esses sentimentos partidários sejam suplantados pelos gestos de moralidade manifestados por decisão de nosso maior tribunal.

Senador, não confunda os objetivos da Casa Senado Federal. O Senado não pode ser recinto de defesa de condenados do STF. Use o seu tempo parlamentar, que é muito bem pago pelo bolso dos contribuintes nacionais, para tratar dos superiores interesses nacionais.

* Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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