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Deusval Lacerda de Moraes *

Imagem: Divulgação/GP1Clique para ampliarDeusval Lacerda de Moraes (Imagem:Reprodução)Deusval Lacerda de Moraes
O que há com alguns políticos piauienses que têm dificuldades de adequar-se ao sistema político-administrativo que realmente desenvolva o Estado? Como explicar que as transgressões eleitorais que levaram à cassação de alguns prefeitos, vice-prefeitos e vereadores no mandato que finda se tornaram ainda mais gritantes nas eleições municipais de 2012? Por que alguns políticos só aceitam dirigir órgãos públicos se o montante de verbas for convidativo? Por que entra mandato e sai mandato e não há inovação na administração pública piauiense? Por que se luta com tanta garra por mais recursos e não há aprimoramento na aplicação desses recursos?

Por essas e outras foi que em recente divulgação do Índice de Transparência da ONG Contas Abertas, que tem como objetivo avaliar a transparência orçamentária dos estados-membros da federação, o Piauí ficou em vigésimo quarto lugar, ou seja, com nota 3,96, bem abaixo da média 5, obtendo desempenho medíocre.

Em contrapartida, a avaliação do estado do Pernambuco foi o terceiro lugar com pontuação 7,87 e os estados de São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais encabeçam o ranking da boa transparência pública.

Na semana da divulgação da nota vermelha da ONG Contas Abertas, deflagrou-se no Piauí a “Operação Gangrena” pela Polícia Federal em razão da sangria de dinheiro da Secretaria de Saúde do Piauí (SESAPI). E a história de desviar recursos da SESAPI é antiga, porque dia desses foi divulgada a condenação a pena prisional de ex-Secretário de Saúde do governo Mão Santa.

Mas parece que o viciamento é atávico, pois a revista Veja de 5 de dezembro de 2012 publicou matéria intitulada “O destino do dinheiro do exterior”, que trouxe o Ranking de Gestão dos Estados Brasileiros mostrando quais deles estão mais preparados para receber os investimentos que chegarão ao país, uma vez que a crise econômica internacional ampliou a possibilidade de atração de investimentos estrangeiros para o Brasil.

Das 27 unidades federativas, o Piauí ficou no penúltimo lugar, ou melhor, ficou na vigésima sexta posição, com nota 22,6 (pontuação de 0 a 100), avaliação classificada RUIM, ganhando apenas do estado do Amapá, o último colocado. Para se ter uma idéia, dos oito indicadores analisados, o Piauí teve desempenho RUIM em infraestrutura, regime tributário e regulatório, recursos humanos e inovação. E classificação moderada em ambiente político, ambiente econômico, políticas para investimentos estrangeiros e sustentabilidade.

O que demonstra que ainda temos um longo caminho a percorrer no combate a corrupção, qualidade da burocracia, crescimento da renda média, melhoria na qualidade das telecomunicações e malha rodoviária, facilidade para abertura de empresas, produtividade dos trabalhadores, incentivos para investimentos, aumento nos gastos com pesquisas e desenvolvimento e estratégia ambiental para o Piauí sair do marasmo em quem sempre esteve mergulhado.

Mas para tanto, é chegado o momento dos nossos dirigentes mudarem de práticas, fazerem autocríticas e arregaçarem as mangas em prol do desenvolvimento do Estado. Alguns estados já fizeram isso, por que não fazemos? Por que não comprometemos com isso? Se não fizermos assim, então, o que o Estado representa para os seus políticos? É hora da verdade.

Não podemos continuar pensando somente no próprio umbigo. Muitos esperam ação. Antes, precisamos absorver o real sentimento coletivo, de comunidade, de sociedade. Sem levarmos esses sentimentos até as últimas conseqüências não criaremos os valores da piauiensidade, tão nobres nos ideais do nosso povo e razão da causa comum. Está na hora de tirarmos o Piauí do sufoco. Ou mudam os nossos políticos ou ficaremos como no futebol, totalmente fora do cenário nacional, servindo apenas de chacota para o resto do Brasil. Assim, é ruim para todos.

* Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito

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