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*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito

Imagem: DivulgaçãoClique para ampliarDeusval Lacerda de Moraes(Imagem:Divulgação)Deusval Lacerda de Moraes
Não se sabe o critério adotado entre os governadores para escolher aquele que vai lhes representar em ocasiões especais no Palácio do Planalto. Ao menos, deveria ser critério rigoroso. Talvez o mais eficiente, o mais eloqüente, o mais comprometido com o seu Estado, dependendo da área setorial em que se situa a reunião oficial aquele que se sobressai concomitantemente com as políticas públicas do seu governo, ou então aquele que se empenha em inovar para fazer a diferença, que aplica zelosamente as verbas por entender realmente do riscado, enfim, aquele que não deixa dúvidas que as ações governamentais não são meras trivialidades maçantes no dia a dia da atividade pública. Este, sim, teria credencial para ser o verdadeiro representante dos demais.

Mas vejo que na prática a coisa é bem deferente. Mas isso foge dos padrões das sociedades desenvolvidas. O melhor deve aparecer mais, e não o desenxabido. Não se deve priorizar o que pouco faz apenasmente por ser do Estado acanhado econômico, social e politicamente. Pois o atraso é fruto exatamente dessa inação, e isso nunca foi motivo de arrependimento por parte deles. Muito pelo contrário, acham que são os reis da cocada preta. E que devem continuar ainda mais mandando em tudo e em todos, pois se intitulam favorecedores do povo, quando, na verdade, favorecem apenas os que seguem regiamente as suas cartilhas político-governativas extremamente manjadas para se perpetuarem no poder.

Por isso a admiração do governador do Piauí ter sido o escolhido para representar os governadores na solenidade do Palácio do Planalto no dia 3 último para assinatura da adesão ao Plano de Aquisição de Alimentos (PAA), incluído no Plano Safra de 2012/2013 do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), lançado na mesma cerimônia pela presidente Dilma Rousseff. Evidentemente que o Plano é meritório, pois além do incremento do crédito, o novo Plano Safra prevê o fortalecimento do PAA, do Programa Nacional de Alimentação Escolar, dos serviços de assistência técnica e extensão rural, da cobertura do Seguro Garantia Safra e de garantia de preços e de comercialização.

Pois bem, se o governador do Piauí foi escolhido em razão do nosso Estado ter sido o mais castigado pela estiagem, ocorreu tremendo engano, porque, apesar disso, ele não compareceu, mesmo estando em Teresina, à solenidade do dia 25 de maio passado, no CFAP, em que as autoridades do mesmo Ministério de Desenvolvimento Agrário entregaram 90 retroescavadeiras para 94 autoridades municipais piauienses, cujas máquinas foram destinadas para a recuperação e construção de novas estradas vicinais e também para contribuírem na amenização dos impactos da seca nas microrregiões mafrensinas para ajudar na abertura de barragens.

O que aconteceu? Faz parte da liturgia do cargo governamental não fazer pirraça sobre o interesse público. Por que o calundu? Será que agora, no Palácio do Planalto, não foi uma compensação por causa do desconforto da solenidade no Piauí?

Assim, o empurrãozinho não deveria ter acontecido. Porque não vai mudar nada sobre a realidade das coisas no Piauí, não sobre o Plano Safra, é claro, mas sobre o governante piauiense representar os demais na solenidade do mesmo Ministério. O novo Plano Safra sairia do mesmo jeito, pois o Plano existe não porque ele representou seus pares na cerimônia da sua oficialização, mas porque foi idealizado para disponibilizar R$ 115,2 milhões para financiamento e fortalecimento dos produtores da agricultura familiar que representam 70% dos alimentos consumidos no País.

O grande mau dos governos e governantes é querer mascarar a realidade dos fatos como se isso tivesse o condão de mudar o estado das coisas, mas serve apenas para atestar a onipotência dos mandatários. Hoje em dia, ou se trabalha direitinho, para valer, com afinco e determinação em busca dos melhores resultados ou termina não podendo quase nada, porque as eleições se sucedem exatamente para defenestrar da vida pública aqueles que não se adaptam ao pleno exercício democrático e que não conseguem livrar-se da prática comum da governança da imbromation.

*Deusval Lacerda de Moraes é Pós-Graduado em Direito

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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