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*Por Júlio César Cardoso

Imagem: ReproduçãoClique para ampliarJúlio César Cardoso(Imagem:Reprodução)Júlio César Cardoso
É uma vergonha a desfaçatez como os políticos se comportam diante do erário público. Não têm escrúpulo e pudor, são uns tremendos indecorosos que desfalcam a nação, enquanto falta dinheiro para a educação, saúde, segurança pública, habitação, saneamento básico etc. São uns verdadeiros políticos mequetrefes, que se beneficiam de eleição graças ao imoral voto obrigatório, trocado por qualquer moeda, que elege político fajuto e desonesto com os contribuintes nacionais.

Eles deveriam envergonhar-se de não ter respeito com os nossos contribuintes, constantemente escorchados por alta carga tributária, que vai alimentar os gastos públicos de políticos sem conduta moral. Vejam, por exemplo, dois casos imorais: (1) na Câmara Federal, o deputado cearense Arnon Bezerra (PTB), é o campeão de gastos. Desde 2012, ele gasta todo o mês R$21,2 mil para locar cinco carros, sendo três de luxo; (2) gastos elevados com aluguel de veículos não se restringem à Câmara. Desde dezembro de 2011, o Senado já gastou R$ 139.755,00 para arcar com as despesas contratadas pelo senador Paulo Bauer (PSDB-SC) para alugar um carro top da marca Kia, o Mohave. São desembolsados todo mês R$ 6.655,00, de acordo com a prestação de contas do senador. O valor de compra da versão mais barata do modelo é de R$ 157,6 mil, conforme a tabela da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O carro fica em Santa Catarina, já que todos os 81 senadores dispõem de carro e motorista – pagos pelos contribuintes – para seus deslocamentos na capital federal. “O trabalho legislativo de um senador é realizado em Brasília, mas, além disso, em seu estado de origem, é indispensável que ele também participe de eventos, mantenha atividades inerentes a sua condição de liderança na sociedade e busque junto a entidades organizadas subsídios e reivindicações relacionadas ao exercício de suas responsabilidades”, justificou o senador por meio de sua assessoria de imprensa. Em 2009, quando era deputado, Paulo Bauer chegou a ser alvo da Corregedoria da Câmara. Mesmo licenciado do mandato, como secretário estadual de Educação, o catarinense foi apontado como suspeito de se beneficiar da venda de créditos de passagens aéreas da cota parlamentar. Gravações obtidas pelo Congresso em Foco à época mostravam o tucano falando sobre o assunto com um assessor. Bauer negou envolvimento no caso. Disse ter encenado para tentar extrair informações do ex-assessor, a quem responsabilizou pela venda irregular dos créditos. O caso acabou arquivado. E Bauer se elegeu senador em 2010 – Fonte: Congresso em Foco.

Com licença da palavra, a canalhice está no caráter do político brasileiro. Não se elegem para servir ao país e nem para defender os reclamos sociais, mas para desfrutar as glórias do poder, as mordomias públicas, as facilidades políticas para promover os seus negócios particulares e da corriola de amigos. Os nossos políticos trazem no DNA a mácula da corrupção lato senso e gastam como se a coisa pública fosse privada.

Qual a diferença entre os indecorosos de colarinhos brancos, que habitam o Congresso Nacional, e os trombadinhas que assaltam a gente na rua? A diferença está apenas na entidade em que é aplicado o golpe! Enquanto os trombadinhas lesam o patrimônio privado, os senhores políticos ofendem o patrimônio público e deixam desamparados milhões de brasileiros descamisados que não tem educação, saúde, segurança pública etc.

*Júlio César Cardoso é bacharel em Direito e servidor federal aposentado

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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