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A boa música e a certeza da insignificância


*Josenildo Melo

Imagem: DivulgaçãoJornalista Josenildo Melo(Imagem:Divulgação)Jornalista Josenildo Melo
A filosofia e a teologia produzem a capacidade da compreensão perante fatos e acontecimentos; assim sendo logo despertam em todos nós as incertezas perante a capacidade plena do ser. Os homens e mulheres desprovidos de apegos desordenados percebem sempre a vida em outra ótica e o desejo incessante de entender e compreender a humanidade não cessa. Torna-se incessante!

Epa, conhecemos doutores e ditos renomados professores que cultivam a profunda boemia e perspicácia de desfrutar o viver? Com certeza devem ser pseudo-intelectuais ou colecionadores de títulos acadêmicos! Na contemporaneidade existem duas espécies de pensadores; uns que de fato e de direito abdicam de tudo e tentam realmente contribuir com a humanidade e a grande maioria que depois de conquistas titulares passam a desfilar nas rodas sociais e a serem bajulados por todos os materialistas e pseudos donos do mundo. Assim enquanto os simples não cessam de correr em busca da sobrevivência; os céticos fogem do silêncio e da reflexão. E qual o motivo? O medo constante de encontrar-se consigo mesmo e compreender a insignificância que somos perante o Criador.

Em um sábado à tarde ou domingo faça a experiência de pegar seu carro ou mesmo indo de ônibus permaneça por alguns instantes observando alguns bares ou centros de diversão; dificilmente encontrará algum com o prazer da boa música instrumental, gregoriana ou clássica. Que pena que não existe esta difusão em nossa sociedade! No ônibus o tormento musical já começa e não se ouve o que deveria ouvir pra a partir daí já começar a implementação de uma nova cultura e jeito de ser.

As televisões locais com a desculpa de que o povo não gosta disso ou daquilo jamais inova e seus produtores não possuem a criatividade de inovar. O que mais caracteriza a ascensão de um profissional é a sua capacidade de ousar, de sair do marasmo; de mexer com os paradigmas sociais!

A boa música produz a certeza da insignificância humana e talvez seja por este motivo que todos estão a fugir dela. A boa música produz um mergulho no ser. A boa música possibilita a certeza da resistência perante fatos e acontecimentos. A boa música desperta o ser para mergulhar em águas mais profundas. A boa música ocasiona a certeza da insignificância no sentido de que somos pó e ao pó retornaremos. Não convém acumular por acumular. Os norte-americanos podem ter defeitos e inúmeros na arte de consumir excessivamente, mas uma das grandes qualidades deles é a capacidade do voluntarismo. Quem de fato se doa em nosso país voluntariamente? É em um sábado ou domingo que verdadeiramente se conhece um país e seu povo. No Brasil os trabalhadores percebem o sábado ou domingo não somente como descanso ou uma pausa; mas no árduo desejo de afogarem suas mágoas do cotidiano e quando chega a segunda-feira já começam verdadeiramente cansados e desmotivados. O que eleva a qualidade produtiva de um país é a solidez qualitativa de um Povo!

Somos pó e ao pó retornaremos. A boa música alimenta a alma e a certeza da futilidade humana. A ótica do dinheiro, poder, prazer e dinheiro corrói a alma e a personalidade. Passe a perceber as conversas contemporâneas; perceba o quanto não sai mais de dentro das pessoas conversas culturais e realmente enobrecedoras do viver. As perguntas se resumem a uma correria desenfreada e desordenada no acumular capital. Qual o grande detentor de capital em nossa província que possui uma Fundação verdadeiramente voltada a ajudar o próximo? Mas conversando com os ditos ricos de nossa sociedade percebam o ódio que exasperam contra os simples da sociedade. Alguns chegam ao ponto de viverem a se vangloriar da miséria de um povo e a fazerem desdém da incapacidade ainda acentuada de não perceberem qualitativamente fatos e acontecimentos sob a ótica da razão!

A boa música e a certeza da insignificância é apenas um dos itens de vivência racional perante fatos e acontecimentos. A boa leitura produz a certeza da insignificância. Quanto mais intelectualidade mais insignificância. Que nosso Estado do Piauí continue a produzir intelectuais da estirpe do Drº professor Fonseca Neto que em recente palestra muito bem proferida no Colégio Diocesano fez a lúcida indagação: que ideologia era ou é essa que seria capaz de tentar frear homens que simplesmente estavam a executar a produção e propagação do conhecimento!

Que o Senhor Deus continue cultivando a sensatez e a coragem do professor Fonseca Neto; um ser humano que não tem nenhum medo de afirmar e reafirmar as suas convicções cristãs! Ao findar de cada palestra fomos contemplados com a doçura e a pura beleza da música gregoriana.

Josenildo Melo é Assistente Social e Jornalista

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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