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Juíza vê ‘inércia’ da Procuradoria em inquérito que mira Lula

A força-tarefa afirma que o caso está entre suas prioridades e ressalta ser autora do pedido para que a Polícia Federal concluísse as investigações.

Em despacho, a juíza da 4.ª Vara Criminal Federal, Bárbara de Lima Issepi, afirmou ver ‘inércia’ da Procuradoria da República em São Paulo nos autos de uma investigação que mira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu filho, Luís Cláudio, por suposta lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A força-tarefa afirma que o caso está entre suas prioridades e ressalta ser autora do pedido para que a Polícia Federal concluísse as investigações.

Nesta investigação, a Polícia Federal indiciou o petista e seu filho em razão de pagamentos à Touchdown, de propriedade de Luís Claudio. De acordo com delatores da Odebrecht, em contrapartida à influência de Lula junto da então presidente Dilma Rousseff, a empreiteira teria topado bancar projetos pessoais do filho do ex-presidente, como desenvolver o futebol americano no Brasil.

  • Foto: Theo Marques/Framephoto/Estadão ConteúdoLula indo para o velório do netoLula indo para o velório do neto

A construtora teria pago R$ 2 milhões pelos serviços da Concept prestados à Touchdown, relacionados ao esporte. A empresa do filho do ex-presidente teria recebido pagamentos que chegaram aos R$ 10 milhões de patrocinadores da Confederação. No entanto, para a Polícia Federal ressalta que o capital da Touchdown é de R$ 1 mil e apesar diz que os ‘serviços prestados pela empresa Concept estão aproximadamente 600% acima do valor de mercado’. Os investigadores ainda apontam repasses da empresa de Luís Cláudio para um ‘laranja’.

Após o relatório conclusivo entregue pela Polícia Federal, a juíza remeteu o caso para uma vara especializada em lavagem de dinheiro. Ela diz ter encaminhado os ‘autos ao MPF para que se manifestasse sobre o quanto requerido pela Autoridade Policial’.

“Decorridos aproximadamente 60 dias, o MPF sequer se manifestou. Ao revés, os autos somente foram devolvidos em razão da necessidade de inspeção judicial a ser realizada nesta Vara. Referida inércia contribui severamente para a inefetividade da persecução penal, e não pode ser tolerada, motivo pelo qual passo a me manifestar sobre a representação policial”, escreveu.

A coordenadora da força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo, Anamara Osório Silva, afirma que o Ministério Público Federal em São Paulo tem trabalho com metas de produtividade.

“Esta investigação está na lista de prioridades da força-tarefa. Tanto está que fomos nós que pedimos o relatório conclusivo da PF neste inquérito e já estamos analisando o documento. Em breve, haverá novo ato da Procuradoria, que pode ser uma denúncia ou um pedido por mais diligências”, diz.

Contra o relógio

Neste mês, a força-tarefa de São Paulo obteve a mais dura sentença contra um alvo da Lava Jato. Trata-se da condenação do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza a 145 anos de prisão por desvios de R$ 7,7 milhões em programas de reassentamentos das obras do Rodoanel Trecho Sul. O processo era tido como uma das prioridades do Ministério Público Federal, já que Vieira de Souza completaria 70 anos no dia 7 de março.

No dia 15 de fevereiro, a ação foi esticada após liminar do ministro Gilmar Mendes, que determinou a reabertura da fase de depoimentos, quando o caso já estava em alegações finais – etapa derradeira do processo. Após 15 dias, o ministro reconsiderou a decisão, atendendo pedido da Procuradoria-Geral da República, e autorizou a Justiça Federal a sentenciar o ex-diretor da Dersa.

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