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Anvisa determina recolhimento de massas ligadas à substância contaminada

Segundo a agência reguladora, propilenoglicol contaminado com monoetilenoglicol foi utilizado pela Keish.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta quinta-feira, 22, uma resolução que proíbe a comercialização, a distribuição e o uso das massas alimentícias da BBBR Indústria e Comércio de Macarrão Ltda (nome fantasia Keishi) fabricados entre 25 de julho e 24 de agosto deste ano, assim como o recolhimentos dos produtos. Segundo o órgão, as informações sobre empresas e rastreabilidade de produtos serão constantemente atualizadas.

Conforme a agência reguladora, a ação faz parte da investigação sobre o caso do propilenoglicol contaminado com monoetilenoglicol, fornecido pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda, que causou a intoxicação e a morte de ao menos 54 cães em diversos Estados e provocou o recolhimento de produtos de ao menos cinco empresas ligadas ao mercado pet.

Conhecido também como etilenoglicol, esse produto tóxico é geralmente usado para refrigeração e encontrado em baterias, motores de carro e freezers ou geladeiras. A mesma substância esteve por trás da morte de 10 pessoas que consumiram a cerveja Backer, em 2019, em Minas Gerais. Já o propilenoglicol é um insumo utilizado pelo setor industrial na fabricação de alimentos para humanos e animais para ajudar na conservação dos alimentos. De forma geral, evita fungos e dá sensação de maciez.

“A Anvisa realizou inspeção na BBBR Indústria e Comércio de Macarrão Ltda e verificou que essa empresa adquiriu e usou o insumo contaminado como ingrediente na linha de produção de suas massas”, disse o comunicado.

Segundo os dados fornecidos, a empresa é responsável pela produção e comércio de vários tipos de massas de estilo oriental, tais como udon, yakisoba, lamen, além de massas de salgados, como gyoza.

Os produtos são vendidos também na forma de massas congeladas. Assim como as empresas que tenham as massas, os consumidores que a adquiriram não devem consumir os produtos. Procurada pela reportagem, a empresa Keishi ainda não se manifestou.

Em paralelo ao caso de intoxicação de cães, uma investigação da Anvisa segue em andamento. De acordo com a agência, as ações de vigilância sanitária estão focadas nas empresas com possível atividade na área de alimentos para consumo humano com o objetivo de verificar se os lotes foram utilizados na fabricação dos produtos.

Ainda conforme a Anvisa, assim como a Tecnoclean, a empresa A&D Química Comércio Eireli também foi notificada para prestar esclarecimentos sobre a origem e distribuição do produto. A Tecnoclean Industrial Ltda informou que adquiriu a substância propilenoglicol de uma importadora e a revendeu. A A&D ainda não se pronunciou até o momento.

Depois de o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) apontar a possibilidade de distribuição da matéria-prima também para fábricas de alimentos de uso humano, a Anvisa decidiu suspender na segunda-feira passada, 12, a comercialização, distribuição, manipulação e uso de dois lotes do ingrediente propilenoglicol fornecido pela empresa Tecnoclean Industrial Ltda (AD5035C22 e AD4055C21).

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