Izabella Furtado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou a demissão de Alessandro Stefanutto do comando do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) após uma operação da Polícia Federal (PF) que apura um esquema bilionário de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União na noite desta quarta-feira (23), e, segundo fontes do Palácio do Planalto, partiu diretamente de Lula. A saída de Stefanutto não foi “a pedido”.
A operação, batizada de Sem Desconto, revelou a atuação de entidades que realizavam cobranças irregulares nas contas de beneficiários do INSS, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A ofensiva da PF resultou no afastamento de Stefanutto e de outros quatro integrantes da cúpula do órgão: Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, Giovani Fassarella Spiecker, Vanderlei Barbosa dos Santos e Jacimar Fonseca da Silva.
Foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em 14 unidades da federação, incluindo o Distrito Federal. A PF apreendeu veículos de luxo como Ferrari e Rolls-Royce, além de quantias em dinheiro que ultrapassam US$ 370 mil. O diretor-geral da PF, Andrei Passos, afirmou que os valores e bens encontrados evidenciam a gravidade do esquema e a eficácia das ações investigativas.
Em coletiva, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, destacou que o presidente Lula demonstrou “grande preocupação” com o caso. “É uma fraude contra aposentados, pessoas vulneráveis que foram vítimas de criminosos que se apropriaram de seus benefícios”, disse o ministro.
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