A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) agendou para o dia 9 de maio o início do julgamento da ação penal contra a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti. Ambos são acusados de falsidade ideológica e invasão de sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O processo será analisado em plenário virtual, com prazo de conclusão até 16 de maio — a não ser que haja pedido de vista (mais tempo para análise) ou destaque (para levar o caso ao plenário físico).

A denúncia foi aceita pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino, que integram a Primeira Turma do STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa os réus de tentar minar a credibilidade do Judiciário e de buscar ganhos políticos com a ação.
Invasões e documentos falsificados
De acordo com a denúncia, Walter Delgatti teria invadido os sistemas do Judiciário entre agosto de 2022 e janeiro de 2023. Carla Zambelli, segundo o Ministério Público, foi quem coordenou a operação com a intenção de manipular dados e criar documentos falsos.
A PGR aponta que os dois teriam invadido seis sistemas do Poder Judiciário em pelo menos 13 ocasiões, inserindo 16 documentos forjados. Entre eles, um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, com ordens de bloqueio de bens e quebra de sigilo bancário.
Suposta oferta de cargo a hacker
A acusação também detalha uma suposta tentativa de contratação formal. Entre agosto e novembro de 2022, Zambelli teria oferecido a Delgatti um cargo oficial em seu gabinete em troca dos serviços de invasão.
Em resposta, a defesa da deputada afirmou, na época, ter "absoluta confiança de que a parlamentar não cometeu qualquer ilícito penal" e disse acreditar que isso será provado no decorrer do processo.
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