O cantor Leonardo entrou com uma ação judicial contra o Frigorífico Goiás, alegando que sua imagem tem sido utilizada pela empresa para divulgar produtos sem sua autorização. O frigorífico ganhou notoriedade após a polêmica campanha eleitoral de 2022, quando promoveu a “Picanha do Mito”, em apoio ao então candidato e ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Leonardo e a empresa Talismã, da qual ele é proprietário e que detém os direitos de uso da imagem do cantor, pleiteiam uma indenização de R$ 600 mil pelos danos causados ao artista, conforme a ação protocolada no Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). "A empresa requerida tem se utilizado de forma ilegítima e desautorizada das imagens do cantor Leonardo para auferir lucro de forma indevida", diz trecho da petição. O Frigorífico Goiás já teve como sócio o também cantor sertanejo Gusttavo Lima.

Motivo do processo
Em 2020, Leonardo recebeu um presente do Frigorífico Goiás em sua residência, que consistia em uma caixa com algumas peças de carne. O cantor publicou nas redes sociais uma foto segurando o presente, como forma de agradecimento. A postagem foi republicada pelo perfil da empresa em seguida.
No entanto, conforme ata notarial registrada neste ano, a empresa continua utilizando a imagem do sertanejo para promover kits de churrasco na rede social e até no site do frigorífico, tudo isso sem a autorização do cantor.

A defesa de Leonardo afirma que o perfil da empresa no Instagram foi denunciado, além de ter sido feito contato para que a postagem com a imagem de Leonardo fosse retirada. "Vocês devem retirar, imediatamente, toda e qualquer postagem ou material publicitário envolvendo o nome, imagem e/ou som de voz do artista", pediu o advogado do sertanejo.
Os advogados de Leonardo pedem que, antes mesmo do julgamento do mérito, seja determinada a suspensão imediata do uso e exploração da imagem do cantor por qualquer meio ou forma de divulgação.
Polêmicas
Em 2022, a empresa lançou uma campanha de apoio ao ex-presidente Bolsonaro no dia da eleição, vendendo peças de picanha por R$ 22, número dele na disputa, o que gerou tumulto na porta do estabelecimento em Goiânia. Durante a confusão, uma mulher passou mal no meio da multidão e morreu.
A empresa foi alvo de uma determinação judicial para suspender a promoção, sob pena de multa de R$ 10 mil por hora. A “Picanha do Bolsonaro” segue sendo comercializada, com a imagem do ex-presidente. Outras opções possuem as imagens de outros políticos de direita, como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da Argentina, Javier Milei.
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