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Diretório Nacional do PSDB aprova fusão com Podemos

A decisão foi tomada durante convenção partidária, nesta quinta-feira (05).

O PSDB aprovou nesta quinta-feira (5) a fusão com o Podemos, em uma tentativa de contornar a cláusula de desempenho e reconquistar espaço no cenário político nacional. A decisão foi tomada durante convenção partidária e dá poderes à Executiva para negociar o novo estatuto e programa da legenda unificada.

Apesar do avanço, há divergências sobre quem comandará o novo partido. O Podemos, atualmente maior em tamanho, reivindica a presidência para a deputada federal Renata Abreu (SP). Já os tucanos defendem um sistema de rodízio, com alternância na presidência a cada seis meses, ao menos até as eleições municipais de 2024.

As negociações sobre o comando e os detalhes do estatuto e do programa partidário devem ser concluídas ao longo de junho. A expectativa é protocolar o pedido de fusão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em julho e obter o aval da Justiça Eleitoral até setembro ou outubro. Após a oficialização, os dirigentes pretendem iniciar conversas para formar uma federação com outras siglas, como o Solidariedade.

Na convenção, a proposta de fusão foi aprovada com ampla maioria: 201 votos a favor e apenas 2 contra. A autorização para que a Executiva conclua os trâmites finais também passou com folga: 199 votos a 4.

Embora esteja sendo tratada como uma fusão, juridicamente se trata de uma incorporação do Podemos pelo PSDB, manobra pensada para evitar penalidades decorrentes da saída precoce da federação com o Cidadania.

O novo partido terá, inicialmente, o nome provisório de PSDB+Podemos, com a definição final da marca prevista para depois de pesquisas internas e consulta aos filiados — possivelmente apenas após as eleições de 2026.

Sem um nome forte para disputar a Presidência da República, a nova legenda terá alcance nacional, mas precisará superar lacunas de liderança. O principal nome cogitado, o governador Eduardo Leite (RS), desfiliou-se do PSDB em maio e ingressou no PSD, mantendo em aberto a possibilidade de disputar a Presidência. Aliada dele, a ex-prefeita de Pelotas Paula Mascarenhas votou a favor da fusão.

O PSDB também perdeu a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, para o PSD, e sofre pressão de outros partidos sobre sua última liderança estadual, o governador Eduardo Riedel (MS), que participou da convenção por videoconferência e declarou apoio à união.

A fusão representa uma tentativa de reerguer o PSDB, que vive um período de decadência. O partido foi duramente atingido pela Operação Lava Jato e pela ascensão do bolsonarismo, fatores que levaram à perda de protagonismo. Em 1998, a sigla chegou a eleger 99 deputados federais, sete governadores e 16 senadores. Em contraste, nas últimas eleições municipais teve seu pior desempenho da história e, em 2022, elegeu apenas 13 deputados federais, três governadores e nenhum senador.

O Podemos, por sua vez, foi rebatizado sob a liderança de Renata Abreu. A legenda tentou lançar Sergio Moro como candidato à Presidência em 2022, mas rompeu com ele antes do pleito.

A convenção tucana teve clima de nostalgia, com menções a feitos dos governos de Fernando Henrique Cardoso. O deputado Aécio Neves (MG), uma das principais figuras históricas do PSDB, resumiu o sentimento: “Esperem desse novo PSDB, radical no que importa, voltar a governar o Brasil e os maiores estados.”

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