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Facebook concorda em pagar pelo conteúdo de notícias na Austrália

Isso acontece um mês depois de o Google revelar seu próprio acordo global de três anos com a News Corp.
Por Estadão Conteúdo

O Facebook concordou em pagar à News Corp de Rupert Murdoch por seu conteúdo de jornalismo na Austrália, um mês depois de a rede social bloquear temporariamente os links de notícias publicados na plataforma no país devido à legislação que pressiona os gigantes digitais a compensar os veículos de imprensa.

O acordo plurianual, anunciado na terça-feira, 16, inclui o conteúdo de notícias dos principais meios de comunicação conservadores de Murdoch, como o The Australian, um jornal nacional, e o site de notícias news.com.au, assim como outras publicações metropolitanas, regionais e comunitárias.

Isso acontece um mês depois de o Google revelar seu próprio acordo global de três anos com a News Corp para pagar pelo conteúdo de notícias do grupo de comunicação, e depois que o Facebook recuou, sob fortes críticas, de sua drástica medida de bloquear o compartilhamento ou visualização de links de notícias na Austrália.

Poucos detalhes, incluindo quanto o Facebook vai pagar à News Corp pelo conteúdo, foram divulgados.

Em um comunicado na terça-feira, Robert Thomson, CEO da News Corp, disse que o acordo, que ele chamou de um "marco", "teria um impacto material e significativo em nossas empresas de comunicação australianas".

Os líderes da News Corp, acrescentou Thomson, “lideraram um debate global” enquanto a ascensão dos gigantes digitais tem empobrecido a indústria de notícias. Com o acordo, disse ele, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, e sua equipe ajudaram a "moldar um futuro para o jornalismo, que está sob extrema pressão".

Os críticos disseram, porém, que o acordo pouco fez para garantir o tipo de jornalismo de interesse público alardeado pelo governo australiano quando propôs a legislação, que foi aprovada no mês passado.

“Não há garantia de que o público vá se beneficiar”, disse Tanya Notley, professora de comunicação da Universidade Western Sydney, que observou que as primeiras grandes empresas de notícias a fechar negócios com o Facebook eram conservadoras e alinhadas com o governo atual.

Outros disseram que o acordo enfatizava ainda mais o poder exagerado das empresas de mídia social no controle das notícias e das informações públicas. “Elas são as guardiãs das notícias para consumo público”, disse Marc Cheong, que pesquisa ética digital na Universidade de Melbourne.

Em um comunicado, o Facebook disse que os acordos ajudariam as pessoas a ter acesso a textos jornalísticos e vídeos de notícias de última hora de uma rede de veículos de imprensa nacionais, metropolitanos, rurais e suburbanos.

“Estamos empenhados em levar o Facebook News para a Austrália”, disse Andrew Hunter, chefe de parcerias do Facebook na Austrália e na Nova Zelândia.

Esse foi um tom marcadamente diferente daquele adotado pelo gigante da tecnologia em fevereiro, quando o Facebook bloqueou notícias na Austrália.

Na época, William Easton, diretor administrativo do Facebook Austrália e Nova Zelândia, falou a respeito do projeto de legislação australiana: “A lei proposta interpreta mal a relação entre nossa plataforma e os meios de comunicação que a usam para compartilhar conteúdo de notícias”.

Embora o governo australiano tenha apontado para a consolidação dos gastos com publicidade digital em empresas como Google e Facebook, os gigantes da tecnologia dizem que beneficiam as empresas de notícias ao direcionar o tráfego para seus sites.

O Facebook também anunciou acordos preliminares de pagamento com veículos de imprensa independentes, entre eles Private Media, Schwartz Media e Solstice Media. Mas até agora, ela firmou acordos apenas com a News Corp e a Seven West Media, outra grande empresa de notícias conservadora.

O canal de TV Sky News Australia, também de propriedade de Murdoch, estendeu um acordo existente com o Facebook.

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