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Colunista Feitosa Costa
GP1
Imagem: ReproduçãoClique para ampliarFernanda Lages(Imagem:Reprodução)Fernanda Lages
Declarando-se feliz da vida e disposta a trabalhar num país que lhe proporcionasse até os 30 anos uma boa situação financeira, a estudante de direito Fernanda Lages Veras, de 19 anos, encontrada morta ao amanhecer do dia 25 de agosto no prédio em fase de acabamento do ministério público federal, na avenida João XXIII, estava planejando morar na Itália e para isso recorreu a um amigo que tratava de viabilizar os papéis que lhe permitisse a viagem.

Pelo menos foi o que ela confidenciou a um amigo que já prestou depoimento na comissão que investiga o crime organizado e que teve o seu nome divulgado como suspeito no inicio das investigações. A informação é mais um forte elemento que contraria qualquer conclusão de que ela estivesse insatisfeita com a propria vida. Muito pelo contrário: "estou sentindo que tudo vai dar certo na minha vida, estou cheia de vontade de crescer", disse para uma colega de trabalho.

Tudo era vida

Transcorridos 24 dias de investigações em torno da morte misteriosa a polícia não encontrou até aqui um único ponto que possa servir de apoio para uma eventual conclusão de que a garota estava depressiva. Amigos e amigas, parentes, colegas de trabalho e até pessoas que a viram uma única vez são unânimes: ela irradiava alegria de viver e perseverança.

Pessoalmente o delegado Paulo Nogueira não deu até aqui um único passo que leve à suspeita de que ele acredita na tese de suicidio, anunciada apressadamente por causa do equívoco cometido por outro setor da polícia.

Morte em silêncio

Amigos de Fernanda Lages, pedindo omissão de seus nomes em provável noticiário, procuraram este repórter num restaurante da zona leste de Teresina, no inicio da tarde de ontem, para que fossem feitas as seguintes perguntas:

- Por que as entidades femininas ainda não se manifestaram?

- Por que o movimento estudantil, que foi para as ruas brigar pelos seus direitos, não se manifestou, já que Fernanda era uma estudante que frequentava a faculdade regularmente?

- Por que as mulheres influentes do estado, principalmente as que têm mandato ( fizeram questão de dar ênfase ao nome de Flora Isabel ) não fizeram até aqui um únicio pronunciamento e nem demonstraram interesse pelo acompanhamento das investigações?

Os estudantes, principalmente as garotas presentes, disseram que Fernanda era uma mulher, "uma mullher que foi vítima de uma violência sem precedentes e merece a nossa solidariedade. Essa não pode ser uma morte silenciosa"

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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