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Liberdade foi, é, e muito provavelmente, sempre será um dos conceitos mais explorados, seja pelos teóricos de plantão, ou por simples mortais que muitas vezes sofreram ou sofrem a sua falta.

E é exatamente neste ponto que ela mais se assemelha ao pão, somente sentimos o quanto ela é cara, quando nos é tirada. Mesmo Voltaire, ao comparar os dois valores, preferiu a liberdade ao pão. Bom, de uma forma ou de outra, sabemos que ela é muito mais do que uma calça velha, azul e desbotada.

Em que pese a abrangência do tema, destacarei aqui minha leitura das idéias de Hegel sobre liberdade, sob o prisma de questões como fenomenologia, dialética e idealismo.

Ao que me parece, o entendimento, sob a ótica de Hegel, seria o ápice de todos os esforços analíticos, e ele nada mais encontra do que o seu oposto. Mas talvez seu grande triunfo seja a passagem da consciência para a consciência de si, ao possibilitar a identificação da estreita relação entre sujeito e objeto. O reconhecimento de si mesmo, identificando ter o saber por objeto, a própria consciência, reflete a unicidade conceito-objeto.

A descoberta dessa auto-consciência traz ao indivíduo a noção da unidade perdida na multiplicidade, redefinindo sua relação consigo mesmo e com o mundo. E essa noção, explorada na dialética hegeliana do senhor e o escravo, ou simplesmente a luta pelo reconhecimento, mostra que só haverá senhor se este for assim reconhecido pelo escravo como detentor dos objetos de sua necessidade. Somente essa interiorização realizada pelo próprio escravo obrigará a dependência perante o senhor, sem esta aquiescência expressa, e nem sempre consciente, não há que se falar em relação de subordinação.

Assim, a necessidade seria a mãe da dependência. Sêneca resumiu liberdade ao afirmar que é livre quem deixou de ser escravo de si mesmo.

Boa sorte a (nós) todos.

Eusébio/CE, 03 de agosto de 2008.

José Anastácio de Sousa Aguiar

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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