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Colunista Feitosa Costa
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Manobra sugere que Fernanda queria estar viva no dia seguinte


Uma manobra realizada com seu Uno preto na madrugada do dia 25 de agosto por Fernanda Lages Veras pouco antes de ser encontrada morta no pátio posterior do prédio em acabamento da Procuradoria Geral da República, mostra que a estudante pensava nas consequências de seus atos no dia seguinte: ao alcançar o cruzamento da avenida Miguel Rosa com a Frei Serafim, segundo levantamento realizado pela polícia, ela não pega a esquerda em direção à João XXIII como faz muita gente quando o trânsito está sem movimento, e segue em frente até um trecho da Paissandu, ao lado da Secretaria de Planejamento do Estado, alcança a 19 de novembro, contorna o prédio do DER, chega à Frei Serafim novamente e só ai segue em frente.Quem faz esse contorno é para evitar a multa do fotosensor da Strans.

Essa manobra é um sinal claro de que Fernanda "não estava se despedindo da vida" como alguns colocaram.Pelo contrário: a estudante não cometeu a infração no trânsito, embora naquele horário não tivesse a sua frente qualquer obstáculo para chegar a seu destino mais rápido, porque sabia que isto significaria pagar uma multa.É dificil acreditar que uma pessoa que estivesse prestes a se matar pensasse em regras de trânsito.

Funcionária do Pernambuco

Na manhã de ontem o delegado Paulo Nogueira ouviu uma funcionária do "Bar do Pernambuco", estabelecimento tradicionalmente frequentado por notívagos de Teresina.O teor das declarações dessa moça não chegaram ao conhecimento deste repórter.O que se sabe com segurança é que Fernanda, enquanto esteve no bar com os amigos, não forneceu qualquer sinal de depressão.A única coisa que seus acompanhantes disseram à polícia foi que de repente ela decidiu ir embora.

A decisão rápida de Fernanda ir embora tem uma explicação lógica: ela entraria no serviço às 10 horas da manhã, tinha pouco tempo para dormir.A polícia ainda suspeita de que amigos de Fernanda estão omitindo algum fato sobre os momentos em que estiveram com a estudante, algum detalhe, alguma coisa que pareça insignificante mas que, como acontece nas investigações mais complexas, acaba se tornando altamente importante.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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