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Economia e Negócios

Acionistas aprovam fusão das montadoras Peugeot e Fiat

Nova empresa, batizada de Stellantis, terá mais de 400 mil funcionários e vai abrigar marcas emblemáticas como Citroën, Maserati e Alfa Romeo.

Os acionistas da Peugeot e da Fiat-Chrysler (FCA) aprovaram sua união nesta segunda-feira, 4, um casamento franco-ítalo-americano concebido para enfrentar um mercado de automóveis em plena revolução.

A união dos grupos franceses PSA e ítalo-americano FCA dará origem ao Stellantis, o quarto grupo automobilístico mundial em número de veículos vendidos e o terceiro em volume de negócios, atrás apenas da japonesa Toyota e da alemã Volkswagen. Após a votação dos acionistas da PSA na manhã desta segunda, os acionistas da FCA, reunidos em assembleia-geral, votaram à tarde a favor da fusão.

A data de efetivação da união deve ser anunciada "muito rapidamente", segundo o presidente do conselho de administração da PSA e futuro CEO do novo grupo, Carlos Tavares, a nova empresa terá mais de 400 mil funcionários e abrigará 14 marcas emblemáticas como Citroën e Maserati, Fiat e Opel, Peugeot e Alfa Romeo, Chrysler, Dodge e Jeep.

"Vamos desempenhar um papel de liderança na próxima década na redefinição da mobilidade, como nossos pais fundadores fizeram com grande energia", disse o presidente da FCA, John Elkann, referindo-se a uma "fusão histórica".

"Essa fusão foi uma questão de sobrevivência tanto para a Fiat quanto para a PSA", afirma Giuliano Noci, professor de estratégia da Escola Politécnica de Comércio de Milão. As marcas do grupo irão, em particular, reduzir seus custos de desenvolvimento e produção e completar sua oferta. “Graças à sua união com a PSA, a Fiat-Chrysler poderá fortalecer sua presença na Europa”, diz Giuseppe Berta, professor da Universidade Bocconi em Milão e especialista da Fiat. "O grupo francês poderá mais uma vez colocar os pés nos Estados Unidos graças a seu aliado ítalo-americano."

O voto dos acionistas sela uma união planejada desde 2018, anunciada no fim de 2019, cuja preparação foi prejudicada pela crise do coronavírus. Em dezembro, a Comissão Europeia deu sinal verde à fusão, com a condição de que os dois grupos preservassem a concorrência no setor de pequenas concessionárias, onde controlam grandes fatias de mercado.

Os fabricantes já haviam modificado seu contrato para que sua união fosse um casamento entre iguais, enquanto a pandemia atingia suas contas. A FCA concordou em reduzir o valor de um dividendo excepcional pago a seus acionistas. Por sua vez, a PSA decidiu vender 7% do fabricante francês de equipamentos Faurecia antes de distribuir o restante aos acionistas da Stellantis. A participação do grupo chinês Dongfeng também será reduzida.

É insuficiente, diz o fundo Phitrust, que tem menos de 1% do capital do PSA, e critica a falta de "equilíbrio entre as partes" que favorece os ítalo-americanos. Nos documentos encaminhados às autoridades financeiras, PSA e Fiat consideram que a fusão custará 4 bilhões de euros (US$ 4,9 bilhões) e que a sinergia vai garantir a economia de até US$ 6,1 bilhões por ano ao longo do tempo. Carlos Tavares afirmou no fim de 2019 que não está previsto o fechamento de fábricas.

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