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Economia e Negócios

Servidores da Receita Federal pedem exoneração após corte de verbas

De acordo com o Sindifisco, 500 profissionais da categoria já entregaram seus cargos comissionados.

Os auditores da Receita Federal deram início a um movimento de entrega de cargos de chefia após a aprovação do Orçamento de 2022, que prevê cortes na verba destinada ao órgão e reajuste salarial apenas a policiais federais. De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita (Sindifisco), pelo menos 500 profissionais da categoria já entregaram seus cargos comissionados.

Segundo o Sindifisco, já houve baixa de todos os delegados em 10 regiões fiscais do País: São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

A categoria fará uma assembleia nesta quinta-feira (23) e o indicativo do Sindifisco é para a entrega de todos os cargos de chefia e a paralisação total das atividades do órgão. "Vamos formalizar a entrega de cargos em todos os graus de hierarquia. Não é intenção, é entrega formal. Vamos deixar o órgão à deriva, e só cumprir questões administrativas", avisou o presidente do sindicato, Kleber Cabral. "É uma paralisação de meta zero, ou seja, cruzar os braços."

O maior impacto do movimento deverá ocorrer nas aduanas, por onde só deverão passar com normalidade medicamentos, carga viva e bens perecíveis. Os relatórios gerenciais deixarão de ser preenchidos e gerentes de projetos do órgão também abandonarão seus postos. "Não vamos incomodar as pessoas no fim do ano. O viajante internacional não precisa se preocupar, porque não haverá mudança nas rotinas nos aeroportos", promete Cabral.

O presidente do Sindifisco espera que o Governo Federal dê uma resposta à demanda dos auditores ainda neste ano, apesar de o Orçamento de 2022 já estar aprovado pelo Congresso com um corte significativo nos recursos do órgão. O sindicato aproveita o movimento para cobrar também o decreto para regulamentar o bônus variável da categoria - que atualmente recebe um bônus fixo.

"Precisamos de uma resposta contundente em um curto espaço de tempo.O governo terá de indicar como pretende recompor o orçamento da Receita, precisamos desse compromisso. Há centenas de órgãos que gastam e quem tem o orçamento cortado é o órgão que arrecada", reclamou.

Como mostrou o Estadão, o secretário-geral da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), Sérgio Ronaldo da Silva, prevê um "efeito dominó" de entrega de cargos comissionados no serviço público com a aprovação do orçamento.

Procurada, a Receita informou que não vai se manifestar sobre o assunto.

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