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Economia e Negócios

Instabilidade externa limita alta do Ibovespa por balanços e minério

Conforme Mauro Morelli, o aumento do juro básico não deve ter efeito direto na Bolsa.

A indefinição das bolsas internacionais, além da queda do petróleo no mercado externo limita o Ibovespa de engatar com força a segunda alta seguida nesta quinta-feira, após elevação de 1,57% (119.564,44 pontos) ontem. O contraponto são balanços fortes do primeiro trimestre e a valorização do minério de ferro (4,85%), que rompeu hoje o nível de tonelada (t) no porto chinês de Qingdao. Já a elevação da taxa Selic de 2,75% para 3,50% ao ano tem efeito desprezível, no sentido de que já estava "precificada".

"O Copom veio em linha com o esperado, indicando nova alta de 0,75 ponto em junho", avalia Luiz Roberto Monteiro, especialista em renda variável da Renascença.

Ainda conforme o estrategista-chefe da Davos Investimentos, Mauro Morelli, o aumento do juro básico não deve ter efeito direto na Bolsa. Apesar da elevação, avalia que o nível ainda é baixo. "Estamos saindo de um juro nominal de 2%, enquanto a inflação projetada está perto ou até mais de 5%. Efetivamente, ainda continua um incentivo muito grande", afirma.

No exterior, a agenda de indicadores está um pouco mais fraca, apesar de novos sinais de retomada na Europa vistos em dados mais cedo. Nos EUA, saíram os pedidos de auxílio-desemprego, que caíram a 92 mil na semana encerrada em 1º de maio, para 498 mil, o dado ficou abaixo da expectativa de analistas de queda para 527 mil solicitações. O total de pedidos da semana anterior foi revisado para cima, de 553 mil para 590 mil. A grande expectativa, contudo, é com o relatório oficial do mercado de trabalho, payroll, que sai amanhã.

"O exterior deve influenciar mais. Tem essa instabilidade lá fora, mas a disputa entre Austrália e China pesou sobre o minério de ferro, o que ajuda a Vale", diz Monteiro. As ações da mineradora subiam 1,32% às 10h43, influenciando ainda outras empresas como CSN ON (alta de 0,52%).

Nesta manhã, o Banco da Inglaterra (BoE, pela sigla em inglês) manteve sua taxa básica de juros em 0,10% e o tamanho do seu programa de relaxamento quantitativo (QE) em 895 bilhões de libras, como previsto por analistas. As bolsas europeias, contudo, tinham sinais mistos perto da estabilidade.

Já no Brasil, a Braskem informou que saiu de prejuízo para lucro, mas as ações cediam 2,75% no horário citado acima. Como relata o repórter Wagner Gomes do Estadão/Broadcast, a venda da companhia é, sem dúvida, a maior expectativa do mercado após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre.

O destaque de alta são as ações da Ambev (6,06%). A empresa informou lucro líquido de R$ 2,7 bilhões, 125,7% maior do que o registrado um ano antes e 24,2% acima do esperado por prévias. Às 10h48, o Ibovespa subia 0,09%, aos 119.676,36 pontos, após mínima aos 119.366,46 pontos e máxima aos 119.966,42 pontos.

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