Davi Fernandes
A indústria brasileira de café prevê um aumento de mais de 15% no preço do produto para o consumidor final nos próximos meses, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O aumento é atribuído à alta exponencial do preço do café cru e à capacidade da indústria que não pode absorver as variações, pois compromete a saúde financeira dos negócios.
O aumento provável é devido a questões climáticas e pressões do mercado internacional, além da necessidade de compensar as perdas que o setor absorveu no ano passado. Estima-se que o preço aumente cerca de 10% ao longo de fevereiro, com um adicional de 5% a 7% nos próximos meses, se o movimento de alta nas bolsas não diminuir.
A Abic também apresentou dados que mostram um crescimento no consumo de café no Brasil. Entre novembro de 2021 e outubro de 2022, o brasileiro consumiu uma média de 4,77 kg de café por ano, valor que aumentou para 5,12 kg nos 12 meses seguintes.
A tendência de gourmetização do café também foi confirmada, com os cafés das categorias tradicional e extraforte perdendo espaço para os produtos gourmet, especiais, em cápsulas e solúveis. A indústria cafeeira brasileira também planeja expandir sua presença no mercado internacional.
Embora o Brasil seja o maior produtor mundial de café e líder global na exportação do grão verde, a exportação do produto final ainda é modesta. A Abic pretende que o país conquiste mais espaço neste mercado de café já industrializado, pronto para consumo.
Ver todos os comentários | 0 |