Pela quarta semana consecutiva, o mercado financeiro revisou para baixo sua estimativa para a inflação de 2025. A mediana das projeções do Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (12), recuou de 5,53% para 5,51%. Apesar da queda, a taxa segue 1,01 ponto porcentual acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%.
Para 2026, houve uma leve correção: a expectativa passou de 4,51% para 4,5%, exatamente no limite superior da meta de inflação contínua, cujo centro é fixado em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
Segundo projeções do Banco Central, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2025 em 4,8% e 2026 em 3,6%. Se o IPCA ultrapassar o intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central não cumpriu sua missão de manter a estabilidade dos preços.
As projeções de longo prazo seguem estáveis: o mercado espera uma inflação de 4% para 2027, pela 12ª semana seguida, e de 3,8% para 2028 — ligeiramente acima dos 3,79% registrados há um mês.
Juros devem seguir em alta até o fim do ano
Apesar das revisões para a inflação, a mediana das expectativas para a taxa Selic ao fim de 2025 foi mantida em 14,75% ao ano, indicando que o mercado acredita na continuidade dos juros no patamar atual.
Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada em 7 de maio, o Banco Central elevou a Selic de 14,25% para 14,75% ao ano. A autoridade monetária também optou por retirar a sinalização futura (forward guidance), abrindo espaço para decisões mais flexíveis nas próximas reuniões, especialmente a de 17 e 18 de junho.
Em comunicado, o Copom justificou a decisão com base na "elevada incerteza" do cenário econômico e no "estágio avançado do ciclo de ajuste", o que exige cautela adicional. O comitê também alterou a avaliação sobre os riscos inflacionários, agora considerados simétricos — ou seja, com chances equivalentes de alta ou baixa.
Além disso, o Copom reforçou que a política monetária continuará significativamente contracionista por um “período prolongado”, atualizando sua linguagem anterior, que falava em manter uma Selic "mais contracionista".
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