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Economia e Negócios

Especialistas alertam para crise econômica no Brasil

Conforme relatório, isso se deve à insistência do Governo Federal em retirar despesas do limite fiscal.

O Relatório de Acompanhamento Fiscal elaborado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado Federal, apontou que a política fiscal brasileira está à beira da crise. Conforme o documento divulgado na última semana, isso se deve à insistência do Governo Federal em retirar despesas do limite fiscal, além do uso de compensações e créditos tributários para mascarar o desequilíbrio orçamentário.

Nesse sentido, tanto a capacidade em absorver despesas não programadas como a credibilidade do arcabouço fiscal saem prejudicadas por essa prática. Em 2025, a instituição apontou um déficit primário de R$ 83,1 bilhões, valor que está dentro da meta estipulada pelo arcabouço fiscal, de até R$ 97 bilhões negativos.

Foto: José Cruz/Agência BrasilDinheiro em espécie
Dinheiro em espécie

Entretanto, o levantamento apontou que quase R$ 55 bilhões ficaram fora das contas oficiais. Segundo a professora de Economia do Insper, Juliana Inhasz Kessler, “o país utiliza artifícios contábeis para conseguir ficar dentro das metas que o próprio governo estabeleceu”.

O resultado disso, conforme a especialista, é a “fragilidade do próprio orçamento e da capacidade do governo de cumprir o que propõe”. Além disso, a exclusão do valor dos precatórios seria uma forma de o governo criar uma “narrativa de que estamos dentro do arcabouço, quando, na prática, estamos fora”.

Projeções da dívida pública

Outro indicador que levantou a preocupação de especialistas é o da dívida pública, visto que o estudo do IFI apontou uma Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) em 77,6% do PIB no ano de 2025. No cenário base, em 2030 ele pode ultrapassar 100%, e alcançar 124,9% em 2035.

Em uma visão mais pessimista, em 2035 essa dívida pode chegar a 170,3%. Para a professora Juliana Inhasz Kessler, o indicador cresce em ritmo insustentável. “Estamos falando de um salto de cerca de 30 pontos percentuais em poucos anos, o que é muita coisa para um país que quer crescer de forma sustentável”, alertou.

O economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, acredita que o Brasil caminha rumo a esse nível de endividamento em um ritmo cada vez mais acelerado, especialmente pela falta de reformas ou cortes de despesas obrigatórias. “O governo tenta fechar as contas sempre pelo lado da arrecadação e nunca pela redução do gasto”, declarou o economista.

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