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Internacional

Presidente da Ucrânia relata ataques russos apesar da trégua de Putin

Segundo Oleksandr Prokudin, governador da região de Kherson, drones russos atingiram um edifício.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou nesse sábado (19) que as tropas russas continuam atacando o país, mesmo após o início da trégua temporária de Páscoa anunciada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin.

Segundo Oleksandr Prokudin, governador da região de Kherson, no Sul da Ucrânia, drones russos atingiram um edifício e provocaram um incêndio. Posteriormente, outros três drones teriam atacado duas vilas na mesma região.

“De acordo com relatórios do comandante-chefe, os ataques russos continuam em vários setores da linha de frente, e o fogo de artilharia não diminuiu”, escreveu Zelensky na rede social X (antigo Twitter). Ele ainda completou: “Portanto, não se deve confiar nas palavras vindas de Moscou”.

Apesar da desconfiança, Zelensky havia prometido respeitar o cessar-fogo proposto, caso a Rússia realmente suspendesse as hostilidades. “Se a Rússia estiver de fato disposta a cumprir uma trégua, a Ucrânia agirá de forma correspondente, espelhando suas ações”, declarou ele, também pelo X. O presidente ucraniano ainda sugeriu que o cessar-fogo fosse estendido “além do domingo de Páscoa, 20 de abril”.

Zelensky, porém, já havia demonstrado ceticismo quanto à trégua, classificando a proposta de Putin como uma tentativa de "brincar com vidas humanas".

A trégua de Putin

No sábado, durante uma reunião televisionada com o chefe do Estado-Maior russo, Valery Gerasimov, Vladimir Putin ordenou um cessar-fogo de 30 horas durante a celebração ortodoxa da Páscoa. A trégua deveria valer das 18h de sábado (horário local; 12h em Brasília) até a meia-noite de domingo (18h em Brasília).

“Por razões humanitárias... o lado russo anuncia uma trégua de Páscoa. Ordeno a interrupção de todas as operações militares durante este período”, disse Putin, durante a reunião no Kremlin. Ele também pediu que a Ucrânia respeitasse a pausa nos combates.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que todos os comandantes envolvidos na chamada “operação militar especial” — como o Kremlin se refere à guerra — foram instruídos sobre o cessar-fogo. A trégua, no entanto, só seria mantida se fosse “mutuamente respeitada”.

Trégua parcial anterior chegou ao fim

No mês passado, Rússia e Ucrânia haviam acordado informalmente um cessar-fogo parcial, mediado pelos Estados Unidos, que previa a suspensão de ataques à infraestrutura ucraniana por um mês. No entanto, após diversas denúncias de violações por ambas as partes, o Kremlin declarou na última sexta-feira (18/4) que esse acordo havia “expirado”.

Pressão dos EUA

O anúncio de Putin veio um dia após o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçar abandonar as negociações de paz entre Kiev e Moscou caso não houvesse avanços. “Se uma das partes dificultar demais, vamos simplesmente dizer: ‘Vocês são idiotas. São tolos. Pessoas horríveis’, e vamos seguir em frente”, disse Trump, referindo-se tanto à Rússia quanto à Ucrânia.

Trump também declarou que as negociações estão “chegando a um ponto crítico” e que nenhum dos lados está “brincando” com ele em seu esforço para encerrar a guerra, que já dura três anos.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, também alertou que os EUA podem desistir de tentar intermediar a paz se não houver progresso nos próximos dias, após meses de tentativas sem sucesso.

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