O ex-ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, acusou publicamente o presidente Gustavo Petro de ser dependente de cocaína. Em uma carta divulgada na rede social X (antigo Twitter), Leyva relatou comportamentos do presidente que, segundo ele, seriam indícios claros de um vício.
Entre os episódios citados, Leyva destacou o suposto desaparecimento de Petro durante dois dias, em meio a uma visita oficial a Paris em 2023. Ele afirma ter confirmado, naquela ocasião, que o chefe de Estado seria “viciado”. “Como se a inteligência francesa fosse incompetente para não saber seu paradeiro”, escreveu o ex-chanceler. “Foram momentos embaraçosos para mim, tanto como pessoa quanto como seu chanceler.”
Ciudadanas, ciudadanos
— Álvaro Leyva Durán (@AlvaroLeyva) April 23, 2025
Me permito darles a conocer la carta que hice llegar ayer 22 de abril del año en curso, al señor Presidente de la República, doctor Gustavo Petro Urrego. Incluyo el sello comprobante de recibo en la Presidencia, hora 1:52 p.m. pic.twitter.com/5xm7QHwuKy
Leyva ainda mencionou outros episódios que, segundo ele, levantariam suspeitas sobre o comportamento do presidente: “Seus desaparecimentos, chegadas tardias, descumprimentos inaceitáveis, viagens sem sentido, frases incoerentes, companhias questionáveis e outros descuidos seus foram registrados e continuam sendo registrados, Sr. Presidente”, disse.
Com uma trajetória política de mais de quatro décadas, Álvaro Leyva atuou como deputado, senador e ocupou diferentes cargos em administrações conservadoras. Após a eleição de Petro, em 2022, foi nomeado chanceler, cargo do qual foi afastado em janeiro de 2024 pela Procuradoria-Geral, em meio a denúncias de irregularidades em um processo de licitação para a emissão de passaportes.
Petro nega acusações e diz que passou dias em Paris com a família
O presidente Gustavo Petro, ex-guerrilheiro do M-19 e líder da esquerda colombiana, negou as acusações. Segundo ele, os dois dias em questão foram dedicados a momentos com a família, que reside na França, e a atividades culturais em Paris.
La única manera para que la prensa públique cartas, es insultándome. No solo habla mal del escritor, sino de la prensa.
— Gustavo Petro (@petrogustavo) April 23, 2025
¿Es que Paris no tiene parques, museos, librerias, más interesantes que el escritor, para pasar dos días? Casi todo en París es más interesante.
¿Es que acaso…
“Paris não está cheia de parques, museus e livrarias, mais interessantes do que o autor da carta, para passar dois dias? Quase tudo em Paris é mais interessante”, escreveu Petro.
A filha de Petro, Andrea Petro, também se manifestou nas redes sociais, confirmando que esteve com o pai durante todo o período em Paris.
En Francia, mi papá encontró algo raro en Colombia: tiempo en familia, privacidad, calma. Su pasatiempo favorito fue estar con mis hijas, ser abuelo sin distracciones. ¿Culpable de desconectarlo un poco? Lo asumo. Solo buscábamos una paz que allá no permiten.
— Andrea Petro (@andreapetro91) April 23, 2025
"Cocaína não é pior que uísque", diz presidente
Essa não é a primeira vez que o presidente enfrenta esse tipo de acusação. Em 2023, ele foi alvo de rumores semelhantes, levantados por um jornalista colombiano. Na ocasião, Petro declarou: “A única coisa da qual sou viciado é em um café bem cedo.”
Ele ainda argumentou que a cocaína “não é pior do que o uísque”, insinuando que a criminalização da droga estaria mais relacionada à sua origem latino-americana do que aos seus efeitos.
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