Os motoristas e cobradores que trabalham no transporte público coletivo de Teresina decidiram deflagrar greve a partir de sexta-feira, 9 de maio, em reivindicação por reajuste salarial e benefícios. A decisão se deu em assembleia realizada nesta terça (6).
Em entrevista ao GP1, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte do Estado do Piauí (SINTETRO), Antônio Cardoso, explicou que a greve foi encaminhada após a categoria não chegar a um acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbano de Passageiros de Teresina (Setut).

“Os trabalhadores pediram quinze por cento de reajuste no salário linear para cobrador e motorista, o reajuste no ticket para que fique em torno de novecentos reais, e para que a empresa pague cento e cinquenta do plano de saúde”, declarou o líder sindical.
A greve compreende todos os consórcios do transporte público da capital e deve iniciar às 5h da sexta-feira, isso significa que os ônibus sequer sairão das garagens.
Empresariado

Segundo o presidente do SINTETRO, os empresários do transporte não sinalizaram positivamente para as reivindicações da classe. “Com relação ao empresariado, não colocaram nem um centavo, disseram que dificilmente iriam manter o que está, e o presidente do Setut ainda sugeriu mais, que a gente pensasse no cobrador, disse que o cobrador hoje é um custo que não tem serventia para o sistema”, afirmou.
Prefeitura de Teresina
Antônio Cardoso enfatizou que a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) não colaborou nas negociações, mesmo sendo subsidiária dos contratos. “A Strans estava presente na mesa de mediação e disse que não é parte das negociações, sendo que eles são responsáveis diretos, com relação a questão do subsídio”, frisou.
O dirigente do sindicato também criticou a gestão do prefeito Sílvio Mendes (União Brasil). “Na realidade, a gente é totalmente contra a greve, porque é um prejuízo muito grande para a população que já vem sofrendo não é de agora. Temos defendido que tenham ônibus novos, reajuste dos salários, a gente tinha até uma visão que com o novo prefeito, o Doutor Sílvio, já conhecedor do sistema, não teria greve, porque ano passado não teve greve, na gestão do Doutor Pessoa, e vamos iniciar o primeiro ano desse prefeito já com greve”, concluiu Antônio Cardoso.
O que dizem a Strans e o Setut
Procurada por nossa reportagem, a assessoria da Strans informou que deve se pronunciar tão logo seja comunicada oficialmente pelo SINTETRO, mas adiantou que a categoria deve cumprir os prazos para deflagração da greve e obedecer à legislação que obriga o funcionamento de 40% da frota. Já a assessoria do Setut não deu retorno até a publicação desta matéria.
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