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Internacional

Donald Trump manda Harvard barrar estudantes estrangeiros

Aqueles que já estão matriculados deverão se transferir para outras instituições.

O governo do presidente Donald Trump determinou, nesta quinta-feira (22), o encerramento do Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio da Universidade de Harvard (SEVP, na sigla em inglês). A medida, segundo o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS), impede que a universidade continue matriculando estudantes estrangeiros. Aqueles que já estão matriculados deverão se transferir para outras instituições ou perderão seu status legal no país.

Em publicação oficial, o DHS acusa Harvard de criar um ambiente “inseguro” ao permitir a atuação de indivíduos classificados como “anti-americanos e pró-terroristas”, que estariam agindo para intimidar estudantes, incluindo alunos judeus. A secretária do DHS, Kristi Noem, foi enfática: “Este governo está responsabilizando Harvard por fomentar a violência, o antissemitismo e a coordenação com o Partido Comunista Chinês em seu campus”.

Segundo o órgão, a universidade teve diversas oportunidades de rever sua conduta, mas se recusou a fazê-lo. “Harvard teve muitas oportunidades de fazer a coisa certa. Recusou-se”, afirmou Noem. O DHS também destacou que, entre 2022 e 2023, os índices de violência dentro da universidade teriam crescido 55%, além de alegar que a instituição adotou políticas que violam direitos civis.

Conflito crescente

A decisão ocorre em meio a uma série de embates entre a gestão Trump e a tradicional instituição de ensino. No último mês, em 15 de abril, o presidente dos EUA anunciou o congelamento de US$ 2,2 bilhões destinados à universidade. O corte orçamentário foi motivado pela recusa de Harvard em suspender programas ligados à diversidade, equidade e inclusão.

Em resposta às sanções, o presidente interino da universidade, Alan Garber, defendeu a autonomia institucional. “[Harvard] não renunciará à sua independência nem aos seus direitos constitucionais”, afirmou Garber em comunicado.

A determinação do DHS representa uma escalada sem precedentes na relação entre o governo federal e uma das universidades mais prestigiadas do mundo. A medida deve impactar milhares de estudantes internacionais e reacende o debate sobre liberdade acadêmica, diversidade no ensino superior e os limites da intervenção governamental em instituições privadas.

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