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EUA e Talibã terão primeiro encontro desde a retirada do Afeganistão

O objetivo é pressionar grupo a garantir a saída segura de pessoas que desejam deixar o país.

Uma delegação dos EUA se reunirá com altos representantes do Talibã em Doha neste sábado, 8, e domingo, 9, em sua primeira reunião presencial desde que o grupo assumiu o Afeganistão e Washington retirou suas tropas do país, dois altos funcionários do governo americano disseram à agência Reuters.

A delegação de alto escalão dos EUA incluirá funcionários do Departamento de Estado, da USAID e da comunidade de inteligência e pressionará o Talibã a garantir a passagem segura de cidadãos americanos e de outras nacionalidades para fora do Afeganistão. Além disso, a liberdade do americano sequestrado Mark Frerichs deve ser negociada.

Outra grande prioridade será manter o Talibã em seu compromisso de não permitir que o Afeganistão se torne novamente um viveiro para a Al Qaeda e outros grupos extremistas. O governo americano também pretende pressionar o grupo para melhorar o acesso à ajuda humanitária, já que o país enfrenta a perspectiva de uma crise "realmente severa", disseram autoridades americanas.

O Representante Especial dos EUA Zalmay Khalilzad, que por anos liderou o diálogo dos EUA com o Talibã e foi uma figura-chave nas negociações de paz com o grupo, não fará parte da delegação.

A equipe dos EUA incluirá o Representante Especial Adjunto do Departamento de Estado, Tom West, bem como a autoridade humanitária da USAID, Sarah Charles. Do lado do Talibã, funcionários do gabinete estarão presentes, disseram autoridades.

"Esta reunião é uma continuação dos engajamentos pragmáticos com o Talibã que temos mantido em assuntos de interesse nacional vital", disse um alto funcionário do governo, falando sob condição de anonimato.

“Esta reunião não é para conceder reconhecimento ou conferir legitimidade. Permanecemos claros que qualquer legitimidade deve ser conquistada por meio das próprias ações do Talibã”, disse a autoridade.

As duas décadas de ocupação americana no Afeganistão culminaram em uma retirada de tropas caótica em agosto. Mais de 124 mil civis, incluindo americanos, conseguiram deixar o país, mas outros milhares foram deixados para trás.

Washington e outros países ocidentais estão lutando com escolhas difíceis enquanto uma grave crise humanitária se agiganta no Afeganistão. Eles estão tentando decidir como se envolver com o Talibã sem conceder a legitimidade que o grupo busca, mas garantindo um fluxo de ajuda humanitária para o país.

Muitos afegãos começaram a vender seus bens para pagar por alimentos cada vez mais escassos. Embora tenha havido uma melhora para a atuação de organizações humanitárias, os problemas ainda persisstem, disse o funcionário dos EUA.

"No momento, estamos enfrentando alguns problemas reais de acesso...Há muitos desafios em garantir que as mulheres trabalhadoras tenham acesso desimpedido a todas as áreas", disse o funcionário.

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