Topázio Figueiredo
O presidente Ali Bongo Ondimba, do Gabão, sofreu um golpe de estado na manhã desta quarta-feira (30). O candidato havia sido reeleito com 64% dos votos, porém no momento do anuncio do comitê eleitoral, tiros foram ouvidos no centro da capital Libreville e um grupo de soldados uniformizados invadiu a transmissão estatal anunciando a tomada de poder.
O presidente estava a caminho de seu terceiro mandado, estando no poder desde 2009, após a morte de seu pai Omar Bongo, que governou o país por 41 anos. A família do presidente comandava o país há 51 anos. Ali Bongo disputava a presidência contra uma coalização de oposição liderada por Albert Ondo Ossa, professor de economia e ex-ministro da Educação.
Em mensagem transmitida pelo canal de televisão Gabon 24, os soldados afirmaram que o país estava passando por uma grave crise política e, ainda, ressaltaram que a votação para o cargo de presidente do país não foi transparente.
“Nosso belo país, o Gabão, sempre foi um refúgio de paz. Hoje, esse país está passando por uma grave crise institucional, política, econômica e social. É preciso admitir que a organização dos prazos eleitorais, conhecidos como eleições gerais de 26 de agosto de 2023, não cumpriu as condições para uma votação transparente, credível e, inclusiva, tão desejada pelos gaboneses e gabonesas”, declarou os golpistas.
Além disso, os soldados também fizeram duras críticas ao atual governo, afirmando que o comando de Ali Nongo resultou em uma “deterioração contínua da coesão social”. A transmissão foi encerrada com os soldados declarando que as eleições foram anuladas e que as fronteiras do país serão fechadas. “Para esse fim, as eleições gerais de 26 de agosto de 2023 são anuladas, bem como os resultados truncados, as fronteiras do país serão fechadas até novo aviso e todas as instituições da República são dissolvidas, incluindo o governo, o Senado, a Assembleia Nacional e o Tribunal Constitucional”, finalizaram.
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