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Economia e Negócios

Boeing desiste de comprar área de aviação comercial da Embraer

As empresas haviam anunciado o acordo de US$ 4,2 bilhões em julho de 2018 e o fim das conversas deixa a empresa brasileira em situação delicada.

Em meio a maior crise de sua história - que envolve dois acidentes com seu principal avião e a paralisação do setor aéreo em decorrência da pandemia da covid-19 -, a Boeing anunciou que encerrou as negociações para comprar a divisão de aviação comercial da Embraer. As empresas haviam anunciado o acordo de US$ 4,2 bilhões em julho de 2018 e o fim das conversas deixa a empresa brasileira em situação delicada.

A Boeing responsabilizou a Embraer pela não conclusão do negócio. Em nota, a americana afirmou que “exerceu seu direito de rescindir (o contrato) após a Embraer não ter atendido as condições necessárias”, mas não especificou quais eram essas condições. Segundo fontes brasileiras, a americana trabalha para evitar o pagamento de eventuais multas. O prazo limite para uma das partes romper o acordo era sexta-feira, 24.

“A Boeing trabalhou diligentemente nos últimos dois anos para concluir a transação com a Embraer. Há vários meses temos mantido negociações produtivas a respeito de condições do contrato que não foram atendidas, mas em última instância, essas negociações não foram bem-sucedidas”, disse Marc Allen, presidente da Boeing para a parceria com a Embraer e operações do grupo.

"É uma decepção profunda. Entretanto, chegamos a um ponto em que continuar negociando dentro do escopo do acordo não irá solucionar as questões pendentes", acrescentou, em nota.

Problemas de caixa

O mercado já vinha aventando a possibilidade de a transação não ser concluída. No último domingo, reportagem do Estado mostrou que, entre os entraves levantados por analistas, estava a capacidade de a empresa americana pagar os US$ 4,2 bilhões pelos quais o acordo foi fechado. Além dos dois acidentes com os aviões 737 MAX, que mataram 346 pessoas e levaram o modelo a parar de operar, a crise do coronavírus vem prejudicando a situação de caixa da companhia.

Outro problema era o valor do contrato, que foi fechado entre as duas empresas em julho de 2018. Um dia antes do negócio ser anunciado, a empresa valia R$ 19,8 bilhões no mercado. Hoje, esse número é de R$ 6,1 bilhões, um recuo de 69%.

Desde o ano passado, o acordo entre as empresas vinha sofrendo dificuldade para conseguir aval das autoridades reguladoras da União Europeia, o que atrasou a conclusão do negócio. A previsão inicial era que a americana assumisse os 80% da divisão de jatos comerciais da brasileira no fim do ano passado, o que não foi possível, em grande medida, por causa do entrave na União Europeia.

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