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Saúde

Reino Unido começa vacinação contra covid-19 um mês antes dos países da UE

Na primeira semana, 800 mil doses estarão disponíveis em cerca de 50 hospitais.

O Reino Unido inicia nesta terça-feira, 8, seu cronograma de vacinação em massa contra a covid-19. “Um momento histórico”, disse o ministro da Saúde, Matt Hancock. Na primeira semana, 800 mil doses estarão disponíveis em cerca de 50 hospitais. Os britânicos largam um mês à frente do restante da Europa, que começa a imunizar sua população em janeiro.

As primeiras doses da vacina fabricada pela Pfizer-BioNTech chegaram ao Reino Unido na noite de quinta-feira, com uma remessa embalada em gelo seco, viajando em caminhões da fábrica da empresa na Bélgica pelo Eurotúnel. A prioridade será imunizar idosos com mais de 80 anos e funcionários de casas de repouso. Autoridades sanitárias britânicas sabem que o mundo estará de olho no Reino Unido, o primeiro país ocidental a enfrentar o desafio de vacinar milhões de pessoas.

Os reguladores britânicos, ao concederem a aprovação de emergência para a vacina da Pfizer, disseram que ela não poderia ser movida mais do que quatro vezes e as bandejas com 975 doses não poderiam ser divididas – o que inviabiliza levar a vacina para os centros de idosos, geralmente pequenos.

“Não é como tirar uma embalagem com seis iogurtes da geladeira e quebrá-la na bancada da cozinha, colocar uma na bolsa, levá-la para o trabalho e armazená-la na geladeira do escritório”, disse Chris Hopson, chefe de operações do NHS, o sistema de saúde do Reino Unido.

Assim, enquanto descobre a melhor forma de vacinar os idosos, o primeiro passo do NHS foi enviar as vacinas para os 50 hospitais que atenderão os futuros centros de imunização. No ano que vem, o governo planeja expandir a rede, abrindo locais de vacinação em massa em centros de conferências, arenas esportivas e escolas. “A distribuição será uma maratona, não um sprint”, disse Stephen Powis, diretor do NHS.

Até agora, o Reino Unido encomendou 40 milhões de doses da vacina Pfizer-BioNTech, o suficiente para vacinar 20 milhões de pessoas, já que cada uma requer duas injeções, com três semanas de intervalo. O ministro dos Negócios, Alok Sharma, disse que o país receberá “alguns milhões” de doses da Pfizer ainda em dezembro.

“O que sempre dissemos é que a grande parte do programa de vacinação ocorrerá no próximo ano”, disse. As 800 mil doses iniciais não cobrirão os 3,2 milhões de britânicos com mais de 80 anos nem as 300 mil pessoas que trabalham como cuidadores em lares de idosos.

Ontem, o Palácio de Buckingham anunciou que a rainha Elizabeth II, de 94 anos, e seu marido, o príncipe Philip, de 99, aguardarão na fila para receber uma dose. Ao Sunday Times, fontes ligadas à família real disseram que a decisão de tomar ou não a vacina é de caráter “pessoal da rainha”, mas que ela “avisará” assim que for imunizada.

Largada

Em vários lugares do mundo, a vacinação em massa contra covid está começando, ou prestes a começar. A Rússia iniciou sua campanha no sábado. Os EUA se preparam para começar ainda em dezembro. Centenas de milhares de pessoas já foram vacinadas na China e milhares nos Emirados Árabes.

A Agência de Medicamentos da União Europeia se reunirá no dia 29, quando provavelmente aprovará o uso da vacina da Pfizer – que começará a ser distribuída na passagem do ano, o que fará com que os países do bloco comecem a vacinação em massa um mês após os britânicos.

A corrida pela vacina foi um empreendimento global. Quando os cientistas chineses compartilharam o genoma do vírus, em 10 de janeiro, pesquisadores de todo o mundo começaram a trabalhar na imunização. Em março, os primeiros ensaios clínicos em humanos foram lançados pela Moderna, nos EUA, e pela Sinovac, na China.

Mais fabricantes de vacinas se juntaram ao esforço, inclusive na Índia, Tailândia e Cuba. Hoje, existem 13 vacinas em testes humanos finais de fase 3 e um total de 58 vacinas sendo testadas em pessoas. Algumas outras dezenas estão em testes pré-clínicos.

As vacinas variam na maneira que estimulam a resposta imune do corpo. Moderna e Pfizer usam uma tecnologia nova, usando segmentos de RNA, material genético do coronavírus, para treinar o sistema imune a combater o patógeno. A vacina Sputnik usa adenovírus para entrar nos genes. As chinesas Sinovac e Sinopharm contêm coronavírus mortos.

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