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Assassino confesso da estudante Camilla Abreu vai a Júri Popular

A decisão da juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara Tribunal do Júri, foi dada nesta segunda-feira (02).

A juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara Tribunal do Júri, pronunciou o capitão da Polícia Militar, Allisson Wattson da Silva Nascimento pelo assassinato na namorada, a estudante Camilla Abreu. A decisão é desta segunda-feira (02).

Com a pronúncia, o policial vai a julgamento pelo júri popular pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo fútil (intenso ciúme da vitima) e recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, ocultação de cadáver e fraude processual.

O Ministério Público do Estado ofereceu denúncia baseada no inquérito policial, que concluiu que no dia 26 de outubro do ano passado, o capitão, de forma voluntária e com animus necandi (intenção de matar), ceifou a vida de sua namorada, Camilla Pereira de Abreu, no interior do veículo Corolla de placa NIF 8022, cor azul de que tinha posse o acusado. A denúncia foi recebida no dia 12 de dezembro.

  • Foto: Instagram/Allisson WattsonAllisson WattsonAllisson Wattson

Defesa

A defesa do capitão pediu a desclassificação do delito doloso contra a vida atribuído ao acusado, para o tipo culposo, sustentando que o mesmo não agiu com o animus necandi, que o disparo ocorreu de modo acidental, quando ele, de maneira imperita, tentou desarmar a vítima. Em relação ao crime de ocultação de cadáver, sustentou que o próprio capitão apontou o local onde deixara o corpo da vítima, o que segundo a defesa, já afasta a sua caracterização.

No tocante ao crime de fraude processual alegou que o mesmo é absorvido pelo crime de ocultação de cadáver. Por último pediu a revogação da prisão do acusado alegando que além de ter o acusado contribuído com a investigação policial, inexistem motivos bastantes para a manutenção da sua segregação cautelar.

Na decisão, a juíza destacou que as materialidades dos crimes de homicídio, ocultação do cadáver e fraude processual estão comprovadas através de laudos e declarações.

A magistrada afirmou ainda que o militar deve aguardar preso o julgamento pelo Tribunal do Júri, pois “estão presentes os requisitos e pressupostos legais autorizadores de sua prisão como medida necessária ao resguardo da ordem pública e da instrução em plenário do júri”.

Relembre o caso

A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.

A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.

  • Foto: Facebook/Camilla AbreuCamilla AbreuCamilla Abreu

Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.

Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem. No dia 31 de outubro, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.

Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. Laudo cadavérico da estudante Camilla Abreu concluiu que a jovem foi arrastada antes de morrer.

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