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Teresina - Piauí

Ex-cabo do Exército Wanderson Lima é julgado em Teresina

Durante o julgamento, familiares e amigos de Wanderson estiveram presentes vestidos de branco, simbolizando um pedido de paz.

Marcelo Cardoso/GP1 1 / 9 Julgamento do ex-cabo Wanderson Lima Julgamento do ex-cabo Wanderson Lima
Marcelo Cardoso/GP1 2 / 9 Julgamento proferido pela juíza Maria Zilnar no Fórum de Teresina Julgamento proferido pela juíza Maria Zilnar no Fórum de Teresina
Marcelo Cardoso/GP1 3 / 9 Familiares de Wanderson foram de branco para o julgamento Familiares de Wanderson foram de branco para o julgamento
Marcelo Cardoso/GP1 4 / 9 Paulo olhando para Wanderson durante seu depoimento Paulo olhando para Wanderson durante seu depoimento
Marcelo Cardoso/GP1 5 / 9 Paulo Roberto Rodrigues da Costa Paulo Roberto Rodrigues da Costa
Marcelo Cardoso/GP1 6 / 9 Paulo saindo da sala de julgamento Paulo saindo da sala de julgamento
Marcelo Cardoso/GP1 7 / 9 Marcos Vinicius Brito, Advogado de defesa Marcos Vinicius Brito, Advogado de defesa
Marcelo Cardoso/GP1 8 / 9 Advogado de Paulo, José de Oliveira Advogado de Paulo, José de Oliveira
Marcelo Cardoso/GP1 9 / 9 Promotor Márcio Carcará Promotor Márcio Carcará

O ex-cabo do Exército, Wanderson Lima Fonseca, está sendo julgado na manhã desta quinta-feira (06), por tentativa de homicídio. O julgamento está acontecendo no Tribunal Popular do Júri, no Fórum Cível e Criminal Desembargador Joaquim de Sousa Neto, em Teresina.

Wanderson é acusado de atingir Paulo Roberto Rodrigues da Costa, de 35 anos, com três disparos de arma de fogo e outras duas pessoas identificadas como Jardel de Oliveira Marques e Ramile Rodrigues Dantas em janeiro deste ano, durante a tradicional festa carnavalesca da Banda Bandida, no centro de Teresina. O que mais sofreu as consequências foi Paulo, que ficou em estado grave e que até hoje sofre consequências, como relatou ao GP1. “Eu até hoje estou sem trabalhar. Só espero que a justiça seja feita e que ele pague por tudo que ele cometeu”, destacou.

O advogado de Paulo, José de Oliveira, se mostrou confiante devido aos avanços da sessão. “Hoje, as expectativas são as melhores. [...] eu creio que hoje nós vamos saber se o Wanderson vai ser condenado pelo crime de tentativa de homicídio qualificado ou se vai ocorrer alguma tese de desclassificação acatada pelos próprios jurados, ou até mesmo a absolvição, mas quem decide são os jurados”, afirmou.

A sessão está sendo presidida pela juíza Maria Zilmar Coutinho Leal. Durante o julgamento, familiares e amigos de Wanderson estiveram presentes vestidos de branco, simbolizando um pedido de paz.

Depoimento

Wanderson Lima Fonseca detalhou tudo o que aconteceu no dia da prévia carnavalesca. O ex-cabo do exército explicou que levou a arma devido ao local onde estacionou o carro, pois não conseguiu encontrar um estacionamento privativo. “Chegando nessa festa, eu procurei um local para estacionar. Não achei um estacionamento privado e já saí mais ou menos uns cinco quarteirões distante da festa. Encontrei em uma esquina um local para estacionar e como o local era bem vulnerável para assaltos, deserto, já distante da festa, eu optei por não deixar a arma no carro para não correr o risco de ser roubado e responder por um processo. Eu coloquei a arma na cintura e deixei um carregador com dez munições na minha mochila. Fui em direção à festa, quando eu cheguei, me apresentei para os seguranças e entrei na festa”, informou.

O ex-cabo do exército informou que antes do fato ocorrer, ele passou com dois amigos perto de Paulo, que ficou incomodado e o empurrou. “Nós ficamos atrás da banda, próximo à saída, em um local mais vago. Então, tornou-se a chover de novo, eu saí, fiquei debaixo de uma coberta. Nesse momento já tinha várias pessoas na chuva mesmo. Aí terminou a chuva e eu voltei para o local. [...] quando o colega do Felipe nos chamou para irmos comprar gelo em um bar denominado Fundo de Quintal e eu, Felipe e o colega dele fomos. Passamos no meio da multidão, chegando no local, não tinha gelo. Nós retornamos, e quando passamos, esse rapaz [Paulo] estava com um grupo de amigos no meio da festa. Quando nós passamos, eles se sentiram incomodados e já me empurrou. Quando ele me empurrou, eu olhei, ele já estava me encarando. Como eu não queria confusão com ele, eu segui o meu caminho”, completou.

Após o ocorrido, Wanderson alegou que foi em direção a um banheiro químico que ficava do lado de fora da festa. “Depois, eu falei para os meninos que ia pegar umas bebidas lá fora e aproveitar para ir no banheiro. Foi no momento que eu saí da festa, comprei uma cerveja e fui em direção ao banheiro. Quando eu estou chegando no banheiro, eu sinto uma pancada nas costas. Eu olhei e era esse rapaz, o Paulo. Quando eu viro, ele me dá uma mão na cara e nos meus peitos. Ele começa a me xingar e diz ‘o que tu quer olhando para mim, otário?’, e eu peguei, saí de perto e disse que não queria confusão. [...] eu fui em direção à festa e fiquei perto dos meninos. Passou em torno de uns oito minutos, foi quando esse rapaz veio e para na frente do Felipe [amigo de Wanderson]. Quando o Felipe pergunta o que foi, ele começa a dar vários murros nele. Quando Felipe cai, ele vem para cima de mim”, revelou.

Wanderson afirmou que foi agredido pelo amigo do Paulo e, por isso, se desequilibrou, fazendo com que o tiro atingisse órgãos vitais do corpo de Paulo. “Foi no momento que, sem condições de me defender devido a cirurgia que eu fiz no joelho, saquei a arma com a intenção de, diante daquela situação dele se esquivar, mas não. Quando eu saco a arma, ele vem de uma vez com esse outro rapaz, eu direcionei a arma para as pernas dele e eu comecei a disparar. E ele tentando me bater e esse outro rapaz que estava com ele me deu um murro que eu me desequilibrei e quando eu volto, o Paulo cai”, finalizou.

O que diz o Promotor

O promotor responsável pelo caso, Márcio Carcará afirmou que a defesa quer desqualificar a vítima. “Na realidade a tese defensiva, como a vítima pôde estar em plenário e contar a versão dela dos fatos, o que não é tão comum nos crimes contra a vida, á que normalmente a vítima morre, a defesa tenta desqualificar e desmerecer a vítima. O fato é que contra a vítima não há nada no processo, o que efetivamente se encontra provado no processo, que no dia 13 de janeiro de 2018 na Banda Bandida, o réu efetuou vários disparos de arma de fogo contra a vítima Paulo, contra o primo da vítima, atingindo até uma terceira pessoa, então isso aí está provado. O que se discute aqui hoje é quais são os motivos da confusão, quem causou a briga, que no caso foi a turma do acusado, e o acusado se utilizando de uma estratégia defensiva diz que foi o acusado, que foi agredido, mas nada que encontre abrigo nos autos. O que tem nos autos efetivamente, após sofrer os primeiros disparos, vai ao chão, a vítima presume-se inocente até o trânsito em julgado”, explicitou.

Relembre o caso

Na noite do dia 13 de janeiro de 2018, o ex-cabo do Exército Wanderson Lima Fonsea efetuou disparos contra foliões durante a prévia carnavalesca Banda Bandida, no centro de Teresina. As vítimas foram identificadas como Jardel de Oliveira Marques, Paulo Roberto Rodrigues da Costa e Ramile Rodrigues Dantas.

No dia 16 de janeiro, Wanderson se apresentou no 1º Distrito Policial, mas foi preso por conta de um mandado de prisão preventiva.

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