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Teresina - Piauí

Crime de homicídio deve ser tratado como política de Estado, diz Barêtta

Segundo DHPP houve uma redução da prática de latrocínio, mas a taxa de homicídios cresceu.

O delegado Francisco Costa, o Barêtta, diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou durante entrevista ao GP1 nesta quinta-feira (23), que o crime de homicídio deve ser tratado como política pública de estado. De acordo com ele, enquanto essa providência não for tomada os assassinatos que têm sido registrado no País, sobretudo no Piauí, vão continuar incomodando a sociedade.

Conforme o Barêtta, ocorreu uma diminuição na prática latrocínios em Teresina em 2021, mas houve aumento nas ocorrências de homicídios. Segundo o delegado, a maioria dos crimes praticados envolveu pessoas ligadas ao mundo do crime, seja os que morreram ou os que foram apontados como autores.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Francisco Costa, o Barêtta
Delegado Francisco Costa, o Barêtta

“Nós tivemos um ano que foi muito atípico com relação ao aumento de homicídios em Teresina. Nós tivemos, Graças a Deus, uma diminuição na prática latrocínios, mas de homicídios a gente teve aumento. Lamentamos, porque a maioria desses homicídios que têm acontecido em Teresina foi entre pessoas que estão no submundo do crime, as que estão matando e morrendo. Mas isso não nos leva a não investigar, nós estamos investigando e posso afirmar que tivemos um aumento, mas, positivamente, chegaremos no mês de dezembro com esclarecimento de crimes”, ressaltou o delegado.

"Crime de homicídio deve ser tratado como política pública"

Barrêta afirmou ainda que o DHPP vem fazendo o seu trabalho que é investigar os crimes consumados, mas as autoridades precisam investir mais nas ações de prevenção.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Francisco Costa, o Barêtta
Delegado Francisco Costa, o Barêtta

“Nós tivemos crimes de alta complexidade, mas são casos que já estão praticamente esclarecidos e outros tantos. A Polícia Civil, através do DHPP, tem dado a resposta, agora evidentemente que nós só corremos atrás do prejuízo, nós investigamos o crime quando ele está devidamente consumado, precisamos de prevenção, precisamos evitar o crime em toda a sua extensão. E digo mais, queria chamar a atenção dos superiores hierárquicos, que quanto o crime de homicídio não for tratado como política pública de estado, nós vamos continuar assim, porque hoje no Brasil se mata 60, 70, 80 e 90 mil pessoas, isso é mais que qualquer guerra”, disse.

Indulto de Natal

Ainda de acordo com o delegado, naturalmente a saída temporária de presos no período de Natal conflue na incidência de homicídios, não somente em Teresina, mas em todo o país e no estado do Piauí não é diferente.

“[Indulto de Natal] isso não deixa de influenciar, mas é um problema legal. Agora eu acredito que essa triagem, em soltar esses indivíduos nessas saídas de indulto natalino, deva ser feita de forma muito rigorosa. Agora, evidentemente que aquelas ovelhas negras não deixam, tem aqueles indivíduos que fazem do crime o seu meio de vida e eles reincidem”, finalizou Barrêta.

Casos registrados nos primeiros nove meses

O GP1, em outubro deste ano, obteve informações do setor de estatísticas da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), onde os dados revelam que o estado já registrou um total de 542 assassinatos nos primeiros nove meses de 2021.

O total de assassinatos registrados representa um crescimento de pouco mais de 10% em relação ao ano passado, quando, no mesmo período (janeiro a setembro), foram registradas 491 mortes violentas. Traçando um comparativo entre 2020 e 2021, os meses que apresentaram maior aumento foram maio, com 72 mortes frente a 46 do ano passado, e setembro, com 74 mortes frente a 56 do ano de 2020.

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