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Teresina - Piauí

Venezuelanos abrigados em Teresina estão preocupados com crianças

Ao todo, são 290 venezuelanos da etnia Warao abrigados em Teresina, divididos em três diferentes abrigos.

Há cerca de dois anos, ainda em 2019, teresinenses viram as notícias da chegada de venezuelanos à cidade. Eles se acomodaram na Praça Saraiva, localizada no centro de Teresina, outros estiveram durante algum tempo no Poty Velho. Atualmente, cerca de 290 indígenas da etnia warao estão em abrigos localizados na Emater, Poty Velho e Buenos Aires.

Recentemente foi veiculado que uma criança recém-nascida foi a óbito em um dos abrigos, que são de responsabilidade da Prefeitura de Teresina, coordenados através da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social de Teresina (Semcaspi). De acordo com as informações, Euclide Mendonza faleceu devido à uma diarreia causada por alimentação inadequada. Impossibilitada de amamentar cotidianamente o filho por estar em situação de mendicância, a mãe, Sopia Mendonza, dava leite Ninho para seu filho, alimento não recomendado para a faixa etária.

Foto: Renato Rodrigues/GP1Cacique Guerrero, o filho Joger Guerrero e o genro Inácio Peréz
Cacique Guerrero, o filho Joger Guerrero e o genro Inácio Peréz

Nós fomos até um dos abrigos onde vivem cerca de 25 famílias Warao, cerca de 125 pessoas e conversamos com algumas das lideranças da etnia indígena. Enquanto conversávamos com um portunhol não dos melhores, mas que procurava dar atenção à situação, Joger Guerrero, filho do Cacique sobre a atual situação no local em que vivem há pouco mais de um ano.

A preocupação mais evidente entre as famílias é a atual situação das crianças que lá vivem. Por tratarmos de povos tradicionais, as relações sociais e os papéis desenvolvidos pelos membros de uma comunidade são distintos.

Foto: Renato Rodrigues/GP1Família Guerrero, liderança da etnia Warao, abrigados na Emater
Família Guerrero, liderança da etnia Warao, abrigados na Emater

“Nós estamos um pouco bem. Não temos aqui no abrigo muito para as crianças. Para que elas cresçam saudáveis, é preciso que se alimentem bem, tenham remédios. Por isso, quando uma das crianças daqui sente algum sintoma, precisamos solicitar um carro, que não tem aqui e não temos condições de pagar um transporte que nos leve até o hospital”, relatou Joger.

De acordo com Joger, a alimentação que tem sido entregue não dá conta da demanda necessária e não tem durado muito. “Seria melhor se houvesse mais, a comida não dura uma semana por conta da quantidade de crianças, uma família tem até cinco”, disse.

Sem trabalho, Joger e o cunhado, Inácio Peréz, relatam que tem entrado em contato com o Palácio da Cidade para que essa situação possa ser resolvida. Devido a pandemia de coronavírus, a situação da empregabilidade no Piauí tem caído. De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), a taxa de desocupação no Piauí chegou a 14,5%, maior índice desde 2012.

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