Na manhã desta segunda-feira (31), entregadores dos principais aplicativos de delivery em operação no Brasil, como iFood, Uber Flash e 99 Entrega, realizaram uma paralisação para reivindicar melhores condições de trabalho. Em Teresina, a manifestação ocorreu na Praça dos Skatistas, na zona Leste da cidade.
Em entrevista ao GP1, o presidente da Associação dos Entregadores de Teresina, Pedro Vitor Higino, explicou que o objetivo da paralisação é reivindicar um reajuste na taxa mínima, o pagamento integral e o fim da rota dupla no iFood, além de ajustes para outras plataformas de entrega. “Atualmente, a taxa mínima está em R$ 6,50. Queremos um reajuste para R$ 10,00, algo que deveria ter ocorrido há mais de três anos”, disse Pedro.
Ele também destacou que as reivindicações não se limitam ao iFood. “Estamos buscando o reajuste de R$ 2,00 por quilômetro rodado para motoristas de aplicativos de mobilidade, como Uber e 99. Também queremos a atualização das tarifas, pois o valor atual não reflete o custo de vida e as dificuldades que enfrentamos”, afirmou o presidente da associação.
Além disso, Pedro Vitor mencionou a necessidade de mais segurança para os trabalhadores. “Junto às plataformas, também pedimos uma fiscalização mais rigorosa e uma correção no sistema que permite a criação de contas falsas. A comercialização de perfis falsos está sendo usada por criminosos para cometer delitos, o que acaba prejudicando a nossa categoria", explicou.
Francisco Veridiano, da Associação dos Motoristas e Motoaplicativos do Nordeste, também participou da manifestação e ressaltou a precarização do trabalho. “O motorista de aplicativo é praticamente um escravo. Trabalhamos mais de 12 horas por dia e não temos benefícios, nem seguro. Se sofremos um acidente, nossas famílias não têm assistência. Buscamos uma taxa mínima de R$ 10 para entregadores e um reajuste de R$ 2,00 por quilômetro para motoristas. Acreditamos que essa é a forma justa de trabalho”, declarou Francisco.
A paralisação de hoje é uma das ações para pressionar as plataformas, e os organizadores afirmaram que, se necessário, novas paralisações ocorrerão. “Assim como nós não conseguimos trabalhar sem os aplicativos, eles também não funcionam sem a nossa força de trabalho”, concluiu Francisco.
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