A greve dos motoristas e cobradores de ônibus de Teresina chegou ao segundo dia nesta terça-feira (13). Pela manhã, trabalhadores do transporte coletivo bloquearam completamente a Rua Areolino de Abreu, no Centro da cidade, com ônibus das zonas sudeste, norte e leste estacionados em protesto.
Alguns motoristas, que preferiram não se identificar por temer represálias, explicaram à nossa equipe que a paralisação e os bloqueios são formas de chamar a atenção para a causa da categoria. Eles também demonstraram desânimo com o andamento das negociações e acreditam que a greve possa se estender por mais de uma semana.

“A gente faz isso porque greve parada ninguém vê. O prefeito disse que não tem dinheiro, então a greve vai demorar. Não queremos prejudicar o trabalhador, mas nós também somos trabalhadores e temos direito a um salário digno”, afirmou um dos grevistas.
A paralisação tem afetado diretamente a rotina da população. Dona Francisca, que depende do transporte público para chegar ao trabalho, relatou as dificuldades enfrentadas: “Está muito complicado. Não tem ônibus para a gente se deslocar. Trabalho longe de casa e preciso pegar dois ônibus. Com os preços do Uber lá em cima, não tem como pagar”, desabafou.
Posição da Prefeitura
O prefeito de Teresina, Sílvio Mendes, declarou na segunda-feira (12) que a Prefeitura não tem condições financeiras de atender à principal reivindicação da categoria, que é o reajuste salarial de 15%.
“A Prefeitura não tem dinheiro para colocar no sistema. Estamos enfrentando dificuldades financeiras, já declaramos situação de calamidade e temos dívidas elevadíssimas. Então, não há como aumentar o subsídio ao transporte coletivo”, disse o prefeito.
Como medida emergencial, a gestão municipal informou que está cadastrando ônibus, vans e outros transportes alternativos para tentar amenizar os impactos da paralisação e garantir algum nível de mobilidade à população.
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