Os trabalhadores do transporte público de Teresina iniciam greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira (12). A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro), Antônio Cardoso.
Apesar de os ônibus terem circulado normalmente durante o fim de semana, o sindicalista explicou que a paralisação começa oficialmente nesta segunda-feira. “Não mudamos a programação aprovada em assembleia. A greve está mantida para segunda-feira e será por tempo indeterminado. Apenas mantivemos a circulação no fim de semana por um pedido do superintendente [Carlos Daniel], que prometeu intermediar uma negociação com os empresários, e também em respeito ao Dia das Mães”, afirmou Antônio Cardoso.

Medidas emergenciais da Strans
Diante da paralisação, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) abriu cadastro para veículos alternativos que irão atender à população durante o período da greve. Esses transportes cobrarão uma tarifa de R$ 4,00, que poderá ser paga em dinheiro ou via Pix. No entanto, não haverá direito à meia passagem para estudantes.
Ação do Setut na Justiça
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) acionou a Justiça do Trabalho para garantir o funcionamento de 100% da frota nos horários de pico durante a greve. Segundo nota divulgada pelo Setut, os ônibus deixaram de circular na manhã de sexta-feira (9), o que teria descumprido determinações legais.
“O transporte público é considerado serviço essencial pela Lei de Greve e deve operar com no mínimo 30% da frota, salvo determinação judicial que exija percentuais superiores — o que já ocorreu anteriormente em Teresina”, diz o comunicado.
A entidade solicitou que o funcionamento da frota seja de: 100% nos horários de pico (6h às 9h e 17h às 20h, de segunda a sexta; 6h às 9h e 12h às 15h, aos sábados) e 89% nos demais horários e aos domingos.
Decisão do TRT22
Na noite de sexta-feira (9), a desembargadora Liana Ferraz de Carvalho, do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (TRT22), determinou que o Sintetro mantenha 40% da frota circulando nos horários normais e 80% nos horários de pico, sob pena de multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento.
Reivindicações da categoria
A greve foi deflagrada pelo Sintetro, que já havia realizado paralisações na última sexta-feira (9). A categoria reivindica reajuste salarial de 15%, além de aumento no vale-alimentação e melhorias no plano de saúde.
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