Eturb abre sindicância para apurar morte de menino atropelado por trator em Teresina

Na noite de domingo (22), a Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (Eturb) informou que vai abrir uma sindicância para apurar a morte da criança David Kauã Silva da Costa, de 12 anos, que foi atropelado e esmagado por um trator na madrugada de domingo (22), em um lixão na Vila Dagmar Mazza, na zona sul de Teresina.

Em nota divulgada à imprensa, a empresa afirmou que está prestando assistência à família da vítima e que os fatos serão devidamente investigados. “As atividades no aterro sanitário de Teresina acontecem 24 horas por dia. A empresa que administra a limpeza pública, inclusive o aterro, está dando assistência à família. A Segurança Pública está investigando os fatos e a Prefeitura de Teresina também está presente com a família”, diz o comunicado.

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Ainda na nota, a Eturb informou que a segurança do local é responsabilidade de uma empresa terceirizada. Segundo a empresa, por algum motivo a vigilância teria falhado, uma vez que o garoto conseguiu entrar no local à noite sem ser notado. “A empresa terceirizada mantém segurança armada nos três turnos, mas não foi suficiente para evitar o acidente”, declarou.

Veja íntegra da nota da Eturb

Na madrugada deste domingo, (22/6/25), aconteceu um terrível acidente no aterro sanitário de Teresina. Um trator passou sobre o jovem David Kauan Silva da Costa, 12 anos, catador de lixo.

As atividades no aterro sanitário de Teresina acontecem durante as 24 horas. A empresa que administra a limpeza pública, inclusive o aterro, está dando assistência à família, a Segurança Pública está investigando os fatos e a Prefeitura de Teresina também está presente com a família.

A empresa terceirizada mantém segurança armada nos três turnos, mas, não foi suficiente para evitar o acidente.

Entenda o caso

David Kauã, de 12 anos, morreu na madrugada de sábado (21) após ser atropelado por um trator no aterro sanitário de Teresina. De acordo com a família, o menino saiu de casa sem que a mãe percebesse, com o objetivo de catar materiais recicláveis para vender. Ele pretendia juntar dinheiro para comprar uma bicicleta motorizada.

Segundo os familiares, após passar o dia brincando, o garoto deitou no local e se cobriu com papelão por causa do frio. O motorista do trator, que operava no turno da madrugada, não teria percebido a presença da criança no chão.

Nota de repúdio

O Terreiro Aldeia de Caboclo divulgou uma nota de repúdio neste domingo (22), classificando o caso como reflexo do descaso com a população negra e periférica, e não como um episódio isolado.

“Essa tragédia não é um acidente isolado: é consequência direta de um sistema que nega dignidade, segurança e existência a corpos negros e pobres, sejam crianças ou adultos. Uma criança ter de trabalhar em um lixão não é escolha, é o retrato de uma sociedade que naturaliza a fome, a miséria e a exclusão”, diz o texto.

O terreiro também manifestou solidariedade à família e cobrou providências. “Nos solidarizamos com a família, com os amigos e com todos que resistem diariamente à violência do racismo estrutural. Que a memória de David nos convoque à responsabilização dos envolvidos e à reconstrução de um país onde esse tipo de tragédia jamais se repita. Não foi acidente. Foi o sistema”, conclui a nota.