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Teresina - Piauí

Disputa pela vaga de vice pode terminar em racha entre MDB e Rafael Fonteles

O anúncio informal da indicação de vice para o PT gerou desconforto entre as lideranças emedebistas.

Embora o governador Rafael Fonteles (PT) insista no discurso de que "eleição só se discute em 2026", a realidade política nos bastidores do Palácio de Karnak tem avançado bem mais rápido que o calendário oficial. A indicação de que o Partido dos Trabalhadores indicará o vice na chapa majoritária para a reeleição do governador, preterindo o MDB e o atual vice-governador Themístocles Filho, gerou reações contundentes dentro da base aliada, especialmente entre os emedebistas.

A insatisfação ganhou corpo não apenas pela decisão em si, mas pela forma como ela foi conduzida: discutida internamente com o PT antes mesmo de qualquer conversa oficial com o MDB ou com o próprio vice-governador. Para lideranças tradicionais, isso configura não só uma quebra de protocolo político, mas um sinal de enfraquecimento do espaço emedebista no governo.

Foto: Lucas Dias/GP1Rafael Fonteles e Themístocles Filho
Rafael Fonteles e Themístocles Filho

O deputado estadual Felipe Sampaio (MDB), filho de Themístocles, expôs com franqueza o incômodo da família política. "Chateado todo mundo ficaria [caso Themístocles não permaneça como vice], mas ele tem bagagem, experiência para lidar com isso. Vai conversar com o governador, e tenho certeza que vão encontrar um consenso", declarou.

Nos corredores do Karnak, o silêncio de Themístocles tem sido notado. Ele tem evitado aparições públicas, inclusive em eventos oficiais do governo, comportamento oposto ao do secretário Washington Bandeira (PT), que tem se tornado presença constante até em agendas que extrapolam o escopo de sua pasta.

O presidente estadual do MDB, senador Marcelo Castro, também expressou publicamente a insatisfação do partido, classificando a forma como o tema foi conduzido como deselegante e apressada. “Evidentemente que isso traz um desconforto, não só para ele [Themístocles], mas para o partido também. Precisamos elaborar melhor essa discussão, com calma e equilíbrio, para definir uma posição institucional mais à frente”, disse o senador.

Marcelo foi além ao criticar o fato de a decisão ter sido ventilada durante uma reunião interna do PT, sem qualquer comunicação prévia com os emedebistas. “Não é uma surpresa absoluta, mas o que surpreendeu foi o anúncio feito no âmbito do PT, antes de conversar com o nosso partido e, principalmente, com o vice-governador”, acrescentou.

Procurado para comentar as declarações, Rafael Fonteles minimizou a tensão e afirmou não estar a par do conteúdo das críticas, uma resposta interpretada como uma tentativa de adiar um embate inevitável dentro da base.

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