As recentes declarações do deputado Henrique Pires (MDB), nesta semana, acendeu um sinal de alerta dentro do Palácio de Karnak. O parlamentar cobrou uma reunião formal entre a cúpula do MDB e o governador Rafael Fonteles (PT) para tratar dos rumos da aliança política visando as eleições de 2026. Segundo ele, apesar de o governador já ter iniciado conversas com lideranças do PT e do PSD, um encontro mais direto com o MDB ainda não ocorreu de forma estruturada, o que tem gerado desconforto na base emedebista.
Henrique relembrou que o partido vem acumulando perdas importantes na atual gestão. “Perdemos a vice-liderança do governo na Assembleia, perdemos a Secretaria de Meio Ambiente, e agora enfrentamos esse movimento nos bastidores pelo interesse do PT na vaga de vice. É muita pancada no MDB. Eu acho que o PT já tem espaço demais. Então, a gente encerra os outros partidos e deixa só o PT. Inclusive, eu me habilito a ir para lá”, ironizou, em tom crítico.

A insatisfação reflete o incômodo crescente entre as lideranças do MDB com a possibilidade de o partido ficar fora da chapa majoritária em 2026. Para o MDB, a sinalização não apenas desrespeita acordos históricos de composição, como também ignora o papel ativo da legenda na construção da base de sustentação do governo desde o início da gestão.
Henrique Pires relembrou ainda a fidelidade da sigla ao PT ao longo dos anos. Para ele, o momento exige uma “discussão de relação”, sobretudo diante de um cenário em que os emedebistas começam a sentir que os espaços conquistados estão sendo sistematicamente esvaziados.
O pedido por um diálogo direto com Fonteles revela não apenas o desejo de manter o MDB na aliança, mas também a urgência de um gesto político que reafirme o valor do partido na engrenagem governamental. Nos bastidores, já se fala na necessidade de o governador atuar como mediador do desconforto, sob o risco de um afastamento gradual da legenda.
Ver todos os comentários | 0 |