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Piauí

Esgotamento sanitário é considerado a "solução" para aguapés do Rio Poti no Piauí

O diagnóstico da ARSETE está em comum acordo com o parecer da promotora de Justiça para o Meio Ambiente

 "Em Teresina, quase um milhão de pessoas despejam poluição no rio Poti, uma vez que apenas 17% da cidade têm sistema de rede de coleta e tratamento de esgoto. Portanto, somente quando a AGESPISA efetivar a ampliação da cobertura de esgoto na cidade é que poderemos ter um rio limpo e livre de aguapés". Essa é a constatação de Solange Almeida, diretora-presidente da Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos de Teresina (ARSETE), órgão que tem fiscalizado as ações da Agespisa no que diz respeito à questão do abastecimento de água e esgotamento sanitário em Teresina.

O diagnóstico da ARSETE está em comum acordo com o parecer da promotora de Justiça para o Meio Ambiente, Carmem Almeida, que declarou que o rio Poti se transformou em uma grande lagoa de decantação, por falta de saneamento.

O rio Poti nasce no Ceará e se estende em uma grande parte do território piauiense, banhando 16 municípios do Piauí. É um dos maiores afluentes do rio Parnaíba, eixo principal de drenagem piauiense. Mas, apesar de toda a sua importância, a baixa cobertura de tratamento de esgoto em Teresina, somada a uma insuficiente conscientização ambiental da população tem ocasionado uma morte lenta desse recurso natural, que agoniza em meio de aguapés e canaranas.

O trecho que vai desde a Ponte Estaiada passando pela Ponte da Primavera está completamente coberto por aguapés, que são indicadores naturais de poluição. De acordo com ambientalistas, a falta de tratamento do esgoto da capital é um dos principais motivos para a degradação do Rio, que por ter um leito menor e a vazão mais lenta que o Rio Parnaíba sofre ainda mais com a poluição.

"Atualmente, um total de 17% da cidade conta com sistema de rede de coleta e tratamento de esgoto. A Agespisa já está executando a ampliação do sistema na zona Sul, o que dará um salto na cobertura para 55%. Ainda sim, não é um número bom, já que a cidade tem crescido muito e existe ainda uma grande área sem esgotamento sanitário. Portanto, estaremos atentos e acompanharemos os planos de investimento da Agespisa para a área de abastecimento de água e esgotamento, de forma que possamos sanar em parte essa questão da poluição do Poti, recurso hídrico tão importante para a cidade", explica a diretora da ARSETE.

Faz-se necessário também que a sociedade saiba o papel e a responsabilidade de cada órgão em relação ao rio Poti. À Prefeitura Municipal de Teresina cabe a fiscalização do uso indevido das galerias de águas pluviais. A SEMAR exerce o controle e fiscaliza as atividades e empreendimentos cuja atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados.

Já a Agespisa é responsável pela a ampliação da rede de coleta e tratamento de esgotos, bem como a operação adequada dos sistemas de tratamento existentes. O IBAMA tem a missão de promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a proteção do meio ambiente e a Agência Nacional de Águas (ANA), emite a outorga de uso de recursos hídricos, bem como de lançamento.

AGUAPÉS

Os aguapés em pequenas quantidades são bem-vindos, pois funcionam como uma espécie de filtro natural, que ajuda na limpeza de pequenos poluentes circulantes na água. O grande problema é quando eles se multiplicam muito rápido e esgotam os nutrientes da água, pois, ao morrerem, essas plantas liberam substâncias tóxicas.

Por isso, quando ocorrem em grande quantidade prejudicam a fauna aquática comprometendo a vida de outras plantas, animais e peixes que coabitam aquele espaço fluvial. Isso ocorre porque como cobre toda a superfície da água com as suas folhas, o aguapé impede que os raios solares penetrem no ambiente aquático interferindo no ciclo natural do ambiente.


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