Presidente do Cria revela dados alarmantes sobre crianças em abrigos no estado

Atualmente 188 crianças e adolescentes estão nos seis abrigos do estado do Piauí. Desse total, apenas uma, está disponível para adoção. Esses dados foram revelados nesta segunda-feira (26) durante sessão solene na Assembleia Legislativa do Piauí em comemoração ao dia nacional da adoção, que é comemorado no dia 25 de maio. A sessão foi um pedido do deputado Merlong Solano.
A presidente do Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (CRIA), Francimélia Nogueira, divulgou pesquisa realizada neste mês em maio que mostra a situação dos abrigos.
Para Francimélia, o fato de apenas uma criança estar disponível para adoção nos abrigos, mostra um descaso do judiciário com esse assunto. Apenas uma Vara é responsável para cuidar desses casos. Já que é necessário que a justiça decida, se as crianças e adolescentes que foram deixadas em abrigos podem ser liberadas para a adoção.
“Normalmente essas crianças chegam lá devido a uma medida protetiva, chegando lá a equipe do abrigo faz um estudo técnico para decidir se tem alguma condição de recolocação familiar. Não tendo, ela vai para a adoção. Isso tem sido um processo muito demorado e hoje, trabalhando há tanto tempo nessa área, eu vejo que esse é o problema. Hoje essa crianças ficaram invisíveis. Pessoas poderiam já ter adotado essas crianças e elas poderiam ter uma outra história para contar. Tem criança que chegou pequena no abrigo, está adolescente e ainda nem foi adotada. Tanto que hoje, de 188 crianças que estão em abrigos apenas uma está disponível para adoção. Mesmo tendo muitos processos, a Vara que cuida disso precisa ser mais célere, porque essas crianças precisam ser prioridade” disse Francimélia.

Segundo Francimélia Nogueira, existem no estado do Piauí, mais de 100 pessoas cadastradas para adotar uma criança, mas apenas uma adolescente está disponível.

“69% dessas crianças já estão com o vínculo afetivo familiar rompido e não tem mais nenhuma relação com a sua família de origem. Mas no entanto, não estão destituídas, falta o judiciário liderar elas para a adoção”, finalizou Francimélia.

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