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Diretor de penitenciária armou prisão do policial penal em Picos, diz Agepen

"O diretor arquitetou toda essa trama para tentar prejudicar o policial", disse o presidente da entidade.

O presidente da Associação dos Policiais Penais do Estado do Piauí (Agepen-PI), Marcos Paulo Furtado, concedeu entrevista exclusiva ao GP1 na tarde desta quinta-feira (12), após um policial penal ser preso sob acusação de torturar e estuprar detentas da Penitenciária Feminina de Picos. O diretor da Agepen afirmou que a prisão foi uma armação do diretor da unidade prisional, em represália pelo fato de o servidor ter denunciado irregularidades naquele presídio.

De acordo com Marcos Paulo, o atual diretor da Penitenciária Feminina de Picos não cumpre os requisitos legais para ocupar o cargo, e isso estava sendo denunciado pelo policial penal que foi preso.

Foto: Divulgação/AscomMarcos Paulo Furtado
Marcos Paulo Furtado

“O diretor atual da Penitenciária Feminina de Picos não cumpre os requisitos que a Lei de Execução Penal exige. Tendo em vista que nós combatemos essas ilegalidades e o policial citado levou isso à tona, fora diversas outras irregularidades que são cometidas lá diariamente, comprovadas por imagens, fotos, vídeos e dossiês”, declarou.

Segundo o presidente da Agepen, a atual gestão da penitenciária teria arquitetado um plano com uma detenta para incriminar o servidor. “A atual gestão da unidade armou com uma detenta, coagiu a detenta através de uma assistente social a gravar um vídeo na qual a detenta diz claramente que foi assediada pelo policial penal, que sofreu tortura do policial penal, sendo que ele já trabalha lá há muito tempo e ela nunca havia denunciado. Após as irregularidades serem levadas a Secretaria de Justiça, foi só então que o diretor arquitetou toda essa trama para tentar prejudicar a vida do policial penal e de sua esposa que também lá trabalha, mostrando claramente que se trata de um de uma armação, de uma represália vingativa”, revelou.

“Não existiu tortura”

O diretor da Agepen ressaltou que o policial penal em questão tem 16 anos de serviço, e nunca se viu envolvido em qualquer situação desse tipo. Sobre a denúncia de tortura, ele negou qualquer ocorrência nesse sentido.

“Não existiu tortura. Existem os chamados procedimentos legais de rotina, inclusive o uso moderado e progressivo da força. Quando é necessário utilizar um meio não letal para a contenção dos atos e fatos que estão ali sendo cometidos por detentos o policial penal tem a égide da legalidade para agir moderadamente diante das situações previstas, onde não configurou tortura alguma. Repito: trata-se de uma ação criada pela gestão atual do presídio para retaliar as denúncias que foram feitas pelo policial penal que possui dezesseis anos de profissão sem nunca ter respondido nada, nenhum Processo Administrativo”, colocou.

Processo administrativo

Marcos Paulo Furtado esclareceu que não foi aberto Processo Administrativo junto à Secretaria de Justiça do Piauí, e que esse seria o primeiro procedimento a ser feito. Ele reforçou que não há provas contra o policial penal.

“Não existe exame, não existe imagem, não existe prova real alguma, apenas acusações infundadas, através da manipulação de um vídeo criado pelo diretor ao coagir uma detenta a gravar um dia antes de receber alvará de soltura. Incutindo-a, prestar Boletim de Ocorrência contra o policial honesto e correto. Retaliação às denúncias que a Sejus não apurou. É lamentável”, concluiu.

Outro lado

O GP1 tentou contato por telefone com o secretário de Justiça, Carlos Edilson, na noite desta quinta-feira (12), porém, os telefones se encontravam desligados.

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