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Caos na Saúde: paciente pode morrer por falta de UTI no HGV

Um idoso de 68 anos está internado desde o dia 23 de junho no Hospital de Picos aguardando um leito.

Dias após narrar o drama de uma família que corria contra o tempo, na luta para conseguir um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para um paciente de 60 anos do Hospital Areolino de Abreu, o GP1 traz nesta sexta-feira (15) outro caso que atesta a precariedade do sistema público de saúde no estado do Piauí. Um idoso de 68 anos está internado desde o dia 23 de junho no Hospital Regional Justino Luz, em Picos, diagnosticado com pancreatite aguda e derrame pleural bilateral, necessitando urgentemente de um leito de UTI.

Diante do descaso para com o paciente idoso, o Ministério Público do Piauí, por meio do promotor Leonardo Dantas Cerqueira Monteiro, da 7ª Promotoria de Picos, ingressou nessa quinta-feira (14) com ação civil pública com pedido de tutela de urgência contra o Governo do Estado, para que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) disponibilize um leito de UTI com urgência.

Segundo o Ministério Público, o idoso Francisco Pereira Lô, de 68 anos, deu entrada no Hospital Regional Justino Luz, em Picos, no dia 23 de junho de 2022 com pancreatite aguda, tendo sido, ainda, diagnosticado com derrame pleural bilateral à esquerda, necessitando urgentemente ser transferido para um leito de UTI de um hospital de Teresina.

Foto: Lucas Dias/GP1Hospital Getúlio Vargas
Hospital Getúlio Vargas

O Hospital de Picos informou que o idoso deu entrada na unidade de saúde com "quadro de mal-estar, dor em hipocôndrio direito, epigastralgia e náuseas”, sendo requerida sua regulação para “realização de endoscopia digestiva alta com teste da urease e colonoscopia” e que deveria realizar o tratamento que necessita no Hospital Getúlio Vargas (HGV), no entanto, no dia 07 de julho de 2022 se encontrava na posição 29ª da fila por especialidade e na posição 23ª da fila por especialidade e sexo, com classificação de risco “muito urgente”.

No dia 12 de julho de 2022, o Hospital de Picos informou que o idoso “corre risco de vida devido ao quadro inflamatório e infeccioso” e que a unidade de saúde não possui equipamentos necessários para tratar o paciente. Além disso, informou que ele se encontra atualmente na 23ª posição da fila por especialidade e na 15ª na fila por especialidade e sexo.

O promotor ressaltou que o estado de saúde do idoso é crítico e com risco de morte, e por isso pediu a concessão da tutela de urgência de natureza antecipada, determinando-se que seja disponibilizada UTI em hospital especializado de Teresina para a transferência imediata do paciente sob pena de multa diária no valor de R$ 1.000,00.

O Ministério Público destacou que, inexistindo a disponibilidade de vaga no SUS, que a Sesapi providencie a realização do procedimento nos hospitais de rede privada, no prazo de 48 horas. Ao final, o promotor Leonardo Dantas pede a condenação do então secretário de Saúde, Florentino Neto, afim de que seja disponibilizado, imediatamente, o hospital especializado e profissional habilitado para firmar o diagnóstico do paciente, com integral tratamento sob pena de multa diária de R$ 1.000,00.

O que diz a Sesapi

Procurada, a Sesapi informou que não foi notificada.

O que diz o HGV

Por meio de nota, a assessoria de comunicação do Hospital Getúlio Vargas (HGV) informou que as transferências de pacientes para o HGV, tanto para os leitos de UTI quanto para as enfermarias, são de responsabilidade da Central de Regulação do Estado. A unidade de saúde conta atualmente com 40 leitos de UTI.

Confira a nota na íntegra:

NOTA OFICIAL HGV

A direção do Hospital Getúlio Vargas (HGV) informa que as transferências de pacientes para o HGV, tanto para os leitos de UTI quanto para as enfermarias, são de responsabilidade da Central de Regulação do Estado.

Todos os dias, o Núcleo Interno de Regulação (NIR) do HGV oferta as vagas existentes para a Central de Regulação do Estado e a mesma encaminha os pacientes de acordo com a gravidade de cada caso.

“Quem determina qual o paciente que vem para o HGV é a Central de Regulação do Estado, nós apenas ofertamos as vagas”, explica o diretor geral do HGV, Osvaldo Mendes.

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