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Polícia aponta que jovem morta em Timon não era alvo do Tribunal do Crime

Joyce Ellen não era alvo dos algozes e morreu apenas por estar acompanhando a amiga Maria Eduarda.

O delegado Antônio Valente, responsável pelas investigações sobre as mortes das jovens Joyce Ellen, 15 anos, e Maria Eduarda, 17 anos, encontradas em uma cova rasa em Timon, disse ao GP1, nesta quarta-feira (21), que Joyce não era alvo dos algozes, mas sim Maria Eduarda, que tinha relação com a principal acusada do crime. Ele revelou detalhes do crime bárbaro ocorrido no dia 23 de março deste ano.

Japa, que foi presa em Carlos Barbosa-RS, é, segundo apontou a investigação que contou com o apoio das polícias dos estados do Piauí, Pará e Rio Grande do Sul, a responsável por ordenar um homem a atrair Maria Eduarda para o local do crime onde, inclusive, a cova já estava sendo preparada para enterrá-la, antes mesmo de sua chegada. No entanto, Maria Eduarda pontuou que só aceitaria o convite para sair de Teresina e ir a Timon se sua amiga Joyce a acompanhasse. Ao chegar lá, as duas acabaram mortas.

Foto: Alef Leão/GP1Delegado Antônio Valente
Delegado Antônio Valente

“A priori, a vítima, a única que era para ter sido decretada, seria a Maria Eduarda, que morou com a principal acusada e ela, Maria Eduarda, havia deixado a casa dela, mas a acusada passou a dizer que ela estava se relacionando com pessoas da facção rival, então, tentou atraí-la para sua casa. Como a vítima resistia, desconfiando, dizendo que não iria, a acusada então pediu a um homem que encontrasse um jeito de trazê-la [para Timon]. Então, esse acusado a convidou, dizendo que era para ir para um sítio em Timon, participar de uma brincadeira, e ela disse que só iria com uma colega, no caso a outra vítima, a Joyce. Acabou que lá houve o que houve, elas foram torturadas, julgadas e sentenciadas. Vale ressaltar que elas já estavam premeditando a morte da Eduarda, tanto que antes da chegada dela algumas garotas já estavam cavando a cova”, revelou o delegado.

Crime sórdido

O delegado ratificou que a motivação para o crime tem relação com ações de facções criminosas, apesar de as vítimas não fazerem parte de nenhuma organização e revelou que logo após o duplo assassinato, os acusados foram comemorar as mortes em um bar.

“O que chama atenção são esses detalhes sórdidos, a motivação, aliada a esse fato da acusada achar que a vítima [Maria Eduarda] estava se relacionando com pessoas da facção rival. O mais sórdido de tudo isso aí é que após o fato boa parte dos participantes foi comemorar [as mortes] em um bar aqui em Timon, passaram toda a noite comemorando”, revelou o delegado.

Foto: Reprodução/WhatsAppAdolescentes assassinadas no bairro Parque Aliança, em Timon
Adolescentes assassinadas no bairro Parque Aliança, em Timon

Outro detalhe revelado na investigação retrata a crueldade com que as duas garotas foram mortas. “A Maria Eduarda teve parte da orelha cortada por uma das acusadas e a Joyce, que usava um piercing no lábio, uma das garotas disse que gostou daquele piercing e puxou com tudo, rasgando o lábio dela”, acrescentou.

Joyce morreu de graça

O delegado deixou claro que somente Maria Eduarda era alvo dos acusados, que acabaram assassinando Joyce Ellen pelo simples fato de ela ter chegado acompanhada de Maria Eduarda. “A Joyce infelizmente sim, como ela tinha sido levada [...] inclusive até no momento que elas chegaram a principal acusada se revoltou: ‘o que essa menina veio fazer aqui', mas como já estava lá”, disse.

Qualificação do crime

Segundo o delegado Antônio Valente, todas as envolvidas na morte, dentre elas seis mulheres e outras quatro pessoas que estão foragidas, foram indiciadas por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel, sem chances de defesa, ocultação de cadáver e organização criminosa.

“Vale ressaltar que várias pessoas são citadas, apesar de não terem participado do homicídio, mas caracteriza o crime de organização criminosa. Então, esse trabalho desenvolvido ao longo desse tempo, em que praticamente nada foi divulgado, contribuiu para que a gente pudesse chegar nesse resultado, onde trabalhamos com integração das polícias do Piauí, do Rio Grande do Sul e do Estado do Pará”, finalizou.

Dos 10 envolvidos nas mortes das duas garotas, sete pessoas foram presas e três seguem foragidas.

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