Em greve estudantes da Uespi promovem manifestação de protesto pelas ruas de Picos

Com o objetivo de sensibilizar a população para os graves problemas enfrentados pela instituição, alunos da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Campus de Picos, em greve desde a última quinta-feira (12), tomaram as ruas da cidade na tarde desta segunda-feira, 16 de maio, para protestar contra o descaso do governo do estado para com a educação pública.

A manifestação reuniu professores e acadêmicos dos diversos cursos ofertados pela instituição em Picos e serviu como um alerta ao governador Wilson Martins (PSB), que teima em não atender as reivindicações da comunidade acadêmica, contribuindo para que a cada dia que passe a situação de abandono se agrave no Campus da Uespi de Picos, que não conta sequer com um prédio para abrigar o alunado.
Como já são comuns nas manifestações estudantis, os alunos estavam com nariz de palhaço, apitos e levavam faixas e cartazes com frases de efeito. Com apoio de um carro de som, eles se concentraram na praça Félix Pacheco a partir das 15h30 e depois saíram em caminhada pelas principais ruas da cidade com destino ao Premen, onde foram tentar sensibilizar colegas dos cursos de Administração e Ciências Contábeis, que não aderiram à greve.

Durante todo o percurso os estudantes gritavam palavras de ordem e pediam vaias para o governador Wilson Martins e para o reitor da Uespi Carlos Alberto Pereira da Silva, a quem acusavam de tratar a instituição com descaso e desprezo. Comerciários e populares se aglomeravam nas calçadas e muitos deles acenavam, batiam palmas e davam demonstrações de apoio a iniciativa dos manifestantes.
Devido ao grande número de alunos que participaram da manifestação de protesto, em alguns trechos o trânsito ficou lento, mas os motoristas acenavam em sinal de apoio aos estudantes, que se revezavam ao microfone dando depoimentos sobre a real situação em que se encontra a Uespi, que por falta de estrutura física e o número reduzido de professores efetivos, já teve vários cursos denegados e corre sérios riscos de perder o status de universidade.

Com irreverência, os alunos também carregavam um caixão simbolizando o enterro da Uespi e culpavam tanto o governador Wilson Martins, como o reitor Carlos Alberto Pereira da Silva pelo caos vivido pela instituição. “Não estamos aqui para pedir nada, o que queremos é que nossos direitos sejam respeitados”, lembravam os manifestantes ao cruzarem as ruas e avenidas centrais de Picos.
As mensagens postadas nas faixas e cartazes mostravam toda a indignação dos estudantes da Uespi para com o governo do estado. “A Uespi que temos, não é a Uespi que queremos”, Governador, queremos estudar, cadê a estrutura?”, “Queremos apenas uma sala de aula”, “SOS Uespi, precisamos de estrutura física” e LUTO. Estamos em greve”, são alguns exemplos do que pensam os manifestantes em relação ao tratamento que é dado a instituição.

Outras frases davam a dimensão da situação vivenciada pela Uespi. “De promessas estamos cheios, queremos providências”, “Até o Obina é melhor do que o reitor”, “SOS, queremos um teto”, “Cadê o nosso direito governador”, “O Governo deixou a Uespi molim, molim”, “Rei-tor-lo de quem é a culpa?”, “Governador, cadê os 120 milhões?”, “A Uespi não é café pequeno”, “Quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma uma desculpa” e “Na Uespi de Picos não há espaço nem para as promessas”, são outros exemplos de quanto os alunos picoense estão decepcionados com o governador Wilson Martins e o reitor Carlos Alberto.
Apesar da importância do momento vivenciado pela Uespi - Campus Professor Barros Araújo - nenhum vereador de Picos compareceu à manifestação desta tarde para apoiar os estudantes ou ao menos se solidarizar com eles por conta dos problemas que estão enfrentando.