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Política

Moro informa ao TSE que campanhas receberam propina como doações

Juiz federal responsável pela Lava Jato citou Alberto Yousseff, Paulo Roberto e outros.

O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça, afirmou em um ofício enviado ao Tribunal Eleitoral Superior (TSE) em outubro de 2015, que “seria talvez oportuno” que delatores do esquema de corrupção da Petrobras fossem ouvidos dentro de uma ação que investiga a campanha de Dilma e Michel Temer.

Em uma das sentenças que proferiu no caso, Moro informou que ficou comprovado o uso de propina com recursos da petroleira para realizar doações eleitorais à campanha petista de 2014.


O PSDB tem uma ação na Justiça que acusa a presidente e o vice de usar propina na campanha presidencial de 2014. O partido tem quatro propostas para cassar o mandato de Dilma e aponta abuso de poder político e econômico no pleito.

O ofício do juiz federal ao TSE foi enviado em resposta a um pedido do PSDB para juntar ao processo provas já colhidas na primeira instância em diversos processos da Lava Jato. Moro afirma no ofício que “é tecnicamente inviável” disponibilizar em papel todas as ações e inquéritos do caso.

Diversas denúncias e sentenças relacionadas às empreiteiras Camargo Correa, UTC, Engevix, Galvão Engenharia, Mendes Júnior, Setal Óleo e Gás, Odebrecht e Andrade Gutierrez foram enviadas por Moro. Os documentos mostrariam o desvio de propinas para campanhas.

"Destaco que na sentença prolatada na ação penal 5012331-04.2015.404.7000 [relacionada à Setal] reputou-se comprovado o direcionamento de propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobrás para doações eleitorais registradas. Por ora, é a única sentença prolatada que teve
fato da espécie como objeto", escreveu Moro.

Moro cita o doleiro Alberto Yousseff, o ex-diretor de A Abastecimento Paulo Roberto Costa, o ex-gerente Pedro Barusco, o executivo Augusto Mendonça, o lobista Milton Pascowitch e o dono da UTC Ricardo Pessoa como delatores que afirmaram que parte dos recursos do esquema de Petrobras eram destinados a doações eleitorais.

"Além das ações penais, há diversas investigações em curso que eventual e incidentalmente poderão confirmar outros repasses de propinas a campanhas eleitorais. Caso algo da espécie seja constadado, encaminharei as informações pertinentes e esta Egrégia Corte Eleitoral", completa Moro.

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